O cuidado ambiental na construção da ponte

A terceira conexão física entre o Brasil e o Paraguai, a construção da ponte sobre o Rio Paraguai avança de forma constante, alcançando 19% da obra geral até o momento. Um aspecto que deve ser destacado na ligação bioceânica entre as cidades de Carmelo Peralta (PY) e Porto Murtinho (BR), é a atenção especial dada ao cuidado de seu meio ambiente, especialmente a biodiversidade do local. 

Seguindo esta linha, com o objetivo de minimizar o impacto durante as obras, são realizadas ações mitigadoras e compensatórias, cumprindo assim o Plano de Gestão Ambiental para o cuidado da biodiversidade, conforme nota divulgada pelo governo paraguaio, responsável pelo empreendimento.

Até ao momento foram realizadas quatro campanhas de medição de caudais e sete campanhas de qualidade da água, através das quais é possível conhecer o comportamento do canal de água e ao mesmo tempo detectar a presença de metais pesados, hidrocarbonetos, micro e macroorganismos, entre outros.

A isto juntam-se cinco campanhas de monitorização da ictiofauna e macro invertebrados, através das quais é possível, por exemplo, a identificação taxonômica e recolha de dados biométricos dos peixes capturados.

Obra em andamento do lado paraguaio

Reflorestamento

Além disso, é realizado monitoramento e cuidado permanente com a fauna nativa. No caso de avistamento de animais na zona de trabalho, as espécies encontradas são capturadas e translocadas para os setores do entorno do empreendimento, mas livres de intervenção, a fim de garantir sua sobrevivência.

O engenheiro Alcides Enciso, do Consórcio PROINTEC responsável pela fiscalização da obra, indicou que neste tipo de empreendimento a afetação é inevitável, pelo que se implementa um conjunto de medidas mitigadoras e compensatórias para prevenir impactos ambientais.

“Como temos o Rio Paraguai, sobre o qual estamos intervindo para construir a ponte, o principal objetivo é que esse processo não represente um problema em termos de mudanças nos diferentes índices de qualidade da água existentes. Esse acompanhamento é feito com equipe técnica especializada”, especificou.

Sobre a preservação da fauna do local, comentou que no mês de maio foram implantadas estações automatizadas no distrito de Carmelo Peralta que farão parte do Sistema de Rastreamento de Fauna “Motus”, que é uma rede de pesquisa de colaboração internacional, através do qual será possível acompanhar o movimento das aves à escala local e regional, ajudando assim a identificar habitats prioritários para a proteção de várias espécies de aves, com destaque para as migratórias.

Consórcio responsável pela construção garante compensação ambiental no entorno da obra

Da mesma forma, Enciso comentou que as atividades de desmatamento foram ajustadas ao estritamente necessário, sendo aplicadas medidas compensatórias pelos indivíduos florestais afetados pelo projeto. Sobre o assunto, destacou que o Consórcio está entregando mudas nativas ao município de Carmelo Peralta e já foram realizadas campanhas de reflorestamento junto à população educativa local.

A obra

O projeto da ponte bioceânica, financiado pela Itaipu (Paraguai) ao custo de R$ 575,5 milhões, terá uma extensão de 1.294 metros, dividida em três trechos: dois constituirão os viadutos de acesso, em ambas as margens do Rio Paraguai, e um corresponderá à parte estaiada, com 632 metros de extensão, com vão central de 350m.

As obras estão a cargo do Consórcio PYBRA (Tecnoedil SA, Paulitec e Construtora Cidade) e são fiscalizadas pelo Consórcio PROINTEC. A gestão da obra está a cargo da UEP-DCyP do Ministério das Obras Públicas e Comunicações (MOPC).

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