terça, 07 de maio de 2024
CRISE CLIMÁTICA

MS DECRETA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA AMBIENTAL PARA PROTEÇÃO DOS BIOMAS

09 ABR 2024 - 18h05Por REDAÇÃO

Com alerta para a situação climática em Mato Grosso do Sul por conta das chuvas abaixo da média desde dezembro do ano passado, o Governo do Estado decretou situação de emergência ambiental. A ação tem como principal objetivo propor ações para proteção de todos os biomas do Estado - Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica -, suscetíveis a incêndios florestais.

O governador Eduardo Riedel assinou o decreto durante o 1° Workshop Presencial de Prevenção aos Incêndios Florestais em 2024, promovido pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e o Comitê do Fogo (Comitê Interinstitucional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais).

"Temos R$ 25 milhões em recurso para atuação preventiva, pronto para ser usado e evitar que a gente tenha milhões de hectares queimados. Estamos nos preparando para minimizar caso ocorra algum problema", disse o governador.

Governador Eduardo Riedel: "Estamos nos preparando para minimizar uma situação que pode se agravar", Foto: Saul Schramm

Envolver a comunidade

Na ocasião também foi lançada a campanha anual de prevenção e combate a incêndios florestais pelo secretário-executivo de Comunicação, Frederico Fukagawa Hozano de Souza.
A iniciativa promove a conscientização e o engajamento da comunidade na preservação dos biomas de Mato Grosso do Sul, reforçando a importância da prevenção e da ação coordenada na proteção do meio ambiente.

"Desenvolvemos um plano de comunicação para auxiliar no trabalho de combate e prevenção aos incêndios florestais", afirmou Frederico Fukagawa.

Também participaram do evento os secretários Jaime Verruck (Semadesc) e Antonio Carlos Videira (Sejusp), além do coronel Frederico Reis Pouso Salas (comandante do Corpo de Bombeiros), Marcelo Bertoni (presidente da Famasul), Bruno Cambraia (ICMBio, e especialistas nacionais e estaduais da área de proteção ambiental e previsão do tempo e do clima.

"O decreto é para o Estado todo, com atenção especial ao Pantanal. Estamos propondo a queima prescrita, que é uma inversão da lógica, com o Estado identificando locais com acúmulo de biomassa. É uma inovação do ponto de vista de combate a incêndio", disse Verruck.

Secretário Jaime Verruck: "É uma inovação do ponto de vista de combate a incêndio". Foto: Saul Shramm

Grande desafio

Mato Grosso do Sul enfrenta um grande desafio no combate às queimadas desde o início de 2024, com chuva abaixo da média histórica desde o fim do ano passado. Os focos de incêndio registrados no período em 2024 já são quase o dobro do mesmo período do ano passado.

Por isso, o Governo de Mato Grosso do Sul investe em ações como campanhas de conscientização, equipamentos, tecnologias de monitoramento e detecção precoce de incêndios para minimizar impactos, combater e mitigar os efeitos dos incêndios de maneira mais efetiva possível.

O Corpo de Bombeiros conta com efetivo de aproximadamente 1,6 mil profissionais e mais de 300 são altamente capacitados para combates a incêndios florestais.

O Governo do Estado investiu, desde 2023, mais de R$ 1,4 milhão em equipamentos de proteção individual específicos para o combate a incêndios florestais - capacetes, abafadores e trajes de proteção especial. Para esta temporada de incêndios florestais serão destinados mais R$ 25 milhões para garantir a efetividade das ações de combate em todo o Estado.

Eduardo Riedel. Foto: Saul Schramm

Operação Pantanal

O plano de operações para a temporada de incêndios (TIF) de 2024, denominado 'Operação Pantanal 2024', está em sua segunda fase, focado em estratégias de prevenção e preparação para combater os incêndios florestais e proteger o bioma do Pantanal, onde ao todo 31 militares concentram seus esforços na limpeza de estradas e cabeceiras de pontes, atuam no estabelecimento de bases avançadas em Corumbá e no reconhecimento e monitoramento dos parques estaduais da região.

Na semana passada, as equipes do Corpo de Bombeiros que realizam atividades de educação ambiental e prevenção aos incêndios florestais nas comunidades tradicionais, propriedades rurais e parques estaduais localizados no Pantanal, iniciaram a ação.

As seis guarnições, formadas por 24 bombeiros com o suporte de uma equipe composta por mais 15 profissionais responsáveis pelo gerenciamento, logística e monitoramento dos dados do SCI (Sistema de Comando de Incidentes) estabelecido em Campo Grande e Corumbá, deixaram a base operacional, na Capital, para os diferentes locais atendidos nesta etapa do trabalho.

Pantanal foi castigado nos últimos anos pelos incêndios florestais, com grandes perdas para a fauna e flora. Foto: Silvio de Anrade

Bases avançadas

A atividade de orientação e educação é realizada anualmente, porém em 2024 o trabalho foi antecipado. O alerta climático, com possibilidade de ocorrência de incêndios florestais intensos em todo o Estado e especialmente no Pantanal, antecipou a ação em pelo menos um mês.

Em paralelo ao trabalho preventivo com orientação e educação ambiental, também serão instaladas bases avançadas de combate aos incêndios florestais na região pantaneira para facilitar o deslocamento das equipes e a resposta no controle das chamas, especialmente em áreas de difícil acesso.

"O Pantanal é o bioma que temos mais dificuldade de acesso. Por isso vamos estabelecer as bases avançadas pela primeira vez, é uma novidade este ano. Precisamos diminuir o tempo de resposta", explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, responsável pelo monitoramento e ações de combate aos incêndios florestais no Estado.

As duas primeiras bases avançadas serão instaladas às margens dos rios Paraguai e São Lourenço, na divisa com o Mato Grosso. "Em alguns momentos, durante o período de estiagem, os incêndios com origem no estado vizinho acabam entrando naquela região. Queremos evitar essa progressão para dentro do nosso Estado", afirmou Inoue.

Leia Também

Relatos de viagem

A decoada, o armau e história de pescador no Pantanal do Nabileque

Mais Relatos de Viagem

Megafone

É impossível prever. O clima mudou tanto que os modelos climáticos programados para fazer previsões há dez anos já perderam muito dessa capacidade

Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP

Vídeos

As 10 cidades mais ricas em espécies de aves

Mais Vídeos

Eco Debate

RICARDO HIDA

Tudo que não é relevante, deixa de existir

ARMANDO ARRUDA LACERDA

O Jardim do Guia Lopes, laranjal da fronteira

NELSON ARAÚJO FILHO

Uma história de areias