sexta, 03 de maio de 2024

Viagem ao Pantanal, com enchente

25 JUN 2023 - 18h57Por ARMANDO ARRUDA LACERDA

Gravei imagens de um bananal que enchia os olhos pelo porte e viço, antes da enchente, na Colônia Domingos Ramos, subindo de barco o Rio Paraguai.

Assim como os mandiocais, todas as roças se perderam e muitas casas ou estão inundadas ou estão bastante úmidas com a subida das águas.

Precisamos pensar que esses bilhões que estão previstos para o Pantanal, poderiam contemplar um pequeno aterro ou plataforma, onde ficam as casas dos ribeirinhos ou moradores da beira rio.

O DNOS dotou o Pantanal, nos anos 70, de plataformas de areia que imitavam os marabohos, que era como os índios chamavam os seus capões de aterro, todos cumpriram com excelência os serviços que se propuseram aos pantaneiros...

Seria hora de dotar as casas dos moradores tradicionais de mini plataformas ou aterros para os ajudar e suas criações nos períodos de águas maiores, excelente projeto para beneficiar a planície pantaneira.

Embora as marcações históricas das réguas da Marinha do Brasil, informem alturas que significam, no máximo, uma enchente média, na realidade dos moradores que estão na beira rio, a enchente está bem acima da média, talvez como consequência da erosão fluvial e pluvial que atinge o Rio Paraguai e seus afluentes. 

Cabe ressaltar que a redução da criação de gado nos Pantanais de Poconé e Cáceres e o aumento de reservas, particulares ou governamentais, têm contribuído, na seca com incêndios e na enchente com excesso de matéria vegetal em decomposição, causando dequadas que, desde o ano passado, perduram por meses a fio.

Um simples bate e volta, subindo de Corumbá até a Barra do São Lourenço, nos expõe a dura realidade de que, as decantadas políticas de proteção até aqui levadas a cabo no Pantanal, produziram frutos reais, que contradizem frontalmente teorias e propagandas veiculadas à exaustão!

(*) Pantaneiro do Porto São Pedro, Serra do Amolar, Pantanal de Corumbá 

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