domingo, 05 de maio de 2024

Dribles, raposas e devastações

06 AGO 2023 - 18h42Por MANOEL MARTINS DE ALMEIDA

A ignomínia é algo latente em certos setores da sociedade. Ela vive escondida no caráter dos covardes.

O nosso país é vítima do oportunismo global que aproveita o momento deste governo auto destrutivo para nos tirar a soberania sobre as coisas mais básicas de um organismo social, de uma nação, com seus próprios valores.

Na esteira dessa rendição rasteira, dessa atitude pusilânime de setores comprometidos com interesses contrários àqueles do povo sul-mato-grossense, ONGs, alguns políticos derrotados e parte da imprensa por eles cooptada, em campanha vergonhosa, buscam denegrir a imagem da heroica e nacionalmente reconhecida gente pantaneira.

Um dos maiores problemas deste pais está na correta aplicação de seu gigantesco arcabouço legal.Produzimos novas leis sempre que surge uma evidência do descumprimento de alguma norma .No entanto, o problema reside exatamente na falta de fiscalização na aplicação dos preceitos legais.

A legislação ambiental do nosso Estado cumpre em todos os sentidos o que determinam a Constituição Federal e o novo Código Florestal Brasileiro aprovado em 2012 pelo Congresso Nacional.

A discussão do nosso texto legal se deu no mais alto nível técnico e participativo. Conforme determina o Código Florestal, o Estado do Mato Grosso do Sul legislou complementarmente ouvindo instituições de pesquisas e a sociedade civil. Não foi algo elaborado autocraticamente pelo governo em exercício. Foram alguns anos de intensos debates. A decisão final, que visava o equilíbrio entre o ambiental, o social e o econômico, coube ao executivo estadual. Nessa decisão, foi restringido aos proprietários o seu direito de propriedade ao estabelecer uso restrito em áreas específicas, como os Cerrados e Áreas de Campo.

O descumprimento de normas por parte de empresários e até pelo poder público merece as sanções previstas em lei. No entanto, toda e qualquer condenação possui um grande caráter educativo e de exemplo para a sociedade. Assim é que, aquilo que se deveria buscar é a correção do erro e maior fiscalização por parte das autoridades competentes e nunca a absurda ideia de novo texto legal. Isso está posto por aqueles que pretendem engessar o nosso futuro e lucrar com a entrega do Pantanal à Nova Ordem Mundial e aos escusos interesses internacionais. 

Dribles são executados por aqueles que estão sempre enganando a sociedade.

Raposas são os velhacos que sempre visam alguma vantagem ao criar enganosos debates no seio da população.

Devastados estão, moralmente, esses indivíduos que usam peles de cordeiro e são lobos oportunistas em busca de saciar sua fome de dinheiro e poder.

A planície beira os noventa porcento de cobertura vegetal nativa. E, quando se extrai essa cobertura - e aí deve-se respeitar os estudos técnicos -, o solo recebe outra de maior interesse para a fauna, para o combate aos incêndios e para a economia local. Essa economia leva ao desenvolvimento econômico e social. Então basta que se fiscalize a aplicação da lei para que não haja abusos.

O povo deste Estado precisa saber que o Pantanal compõe trinta e cinco por cento do nosso território estadual e tem uma população economicamente ativa, e que essa mesma população tem sido a guardiã de toda a sua beleza há séculos.

Não foram os governos, o MPE, a imprensa e tampouco as ONGs que guardaram esta riqueza da nação brasileira. Assim, muito daquilo que vem sendo divulgado por setores da imprensa não passa de narrativa irresponsável plantada por interesses que andam muito longe daqueles que o sul-mato-grossense possa presumir.

Por outro lado, a discussão a respeito das estradas não passa de oportunismo político. O próprio presidente da Côrte de Contas desfruta de estrada cascalhada na porta da sua bela fazenda, otimamente situada às margens dessa rodovia que, certamente, lhe deu vantagem logística no desmate e formação da sua espetacular braquiária.  E reconheço, nesse mister, a sua competência.

As estradas salvarão o Pantanal na medida em que resgatam o seu povo do isolamento egoísta propugnado pelas ONGs. Qualquer raciocínio honesto leva à conclusão de que só o desenvolvimento sustentável livrará a população pantaneira da pobreza. 

E todos sabemos que na miséria não existe consciência ambiental.

*Pantaneiro

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