A escritora e artista plástica Marlene Mourão, a Peninha, lança no dia 23 de novembro, Dia Municipal da Cultura, às 19h30, durante o Café Literário, no Sesc Corumbá, o livro “Um altar para as valorosas sandálias do Frei Mariano de Bagnaia”, que trata o pároco como "educador e herói de guerra" e desmistifica uma antiga lenda envolvendo seu nome e uma maldição contra a comunidade corumbaense. Peninha antecipou detalhes sobre a obra durante a FliSesc - Feira Literária do Sesc Corumbá.
“Frei Mariano foi um herói de guerra e amava Corumbá, tanto que pediu para viver aqui seus últimos dias aqui e ser enterrado aos pés da Igreja Nossa Senhora da Candelária”, conta Peninha, que baseou suas pesquisas no livro do historiador e teólogo Alfredo Sganzerla, “A História do Frei Mariano de Bagnaia”.
De acordo com Peninha, Frei Mariano foi um "incompreendido, mal interpretado, desconhecido e grotescamente injuriado" por mais de cem anos. A escritora relata que, de um modo ou de outro, Frei Mariano interferiu e contribuiu na construção, manutenção ou reconstrução das igrejas de Nossa Senhora do Carmo, no distrito de Albuquerque (a 70 km de Corumbá), São José de Coxim, Capela de Santo Antônio, em Campo Grande; Capela de Nioaque; Igreja Matriz de Miranda; Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, em Ladário, além de ter mandado erguer a Igreja Matriz de Nossa Candelária, padroeira de Corumbá.
Suicídio
Frei Mariano nasceu em 1820 e chegou ao Brasil em 1847. Foi nomeado, em 1859, vigário de Miranda, onde fez um trabalho de evangelização dos indígenas e construiu a Igreja de São Francisco de Assis. O que "fragilizou física e mentalmente" o padre capuchinho, segundo Peninha, foi o fato de ter sido feito prisioneiro durante a guerra com o Paraguai. Esteve muito tempo detido em uma cela em Assunção, capital paraguaia, onde passou fome e foi torturado.
De volta, permaneceu em Corumbá de 1870 a 1886, quando construiu a Igreja de Nossa Senhora da Candelária. Em 1887 foi transferido para Tibagi do Paraná e depois para Campos Novos, em São Paulo. “Ao sair de Corumbá deixou a imagem de louco e mau pagador”, relata Peninha.
Frei Mariano sofria de hipocondria e vivia atormentado pelas crueldades da Guerra do Paraguai, onde foi preso e torturado. Atirou-se nas águas do rio São Pedro do Turvo, tentando o suicídio, mas foi salvo. Pouco depois, em 8 de agosto de 1888, em Campos Novos, interior paulista, usando uma navalha para golpear a garganta, deu fim à vida.
Em seu livro, Peninha conclui que Frei Mariano foi “herói de guerra, educador, pregador imperial, conciliador, evangelizador, construtor de templos”. A obra foi contemplada com recursos do Fundo de Incentivos Culturais do Pantanal (FIC).
Leia: www.navepress.com.br
Leia Também
Bonito na rota: Azul estreia rota para Assunção de olho em paraguaios
As 6 principais tendências para o turismo incluem estética retrô
1 em cada 3 brasileiros deve gastar mais de R$ 8 mil nas férias de verão
4 em cada 10 brasileiros querem explorar experiências nas férias
Alta do dólar: Como se preparar para uma viagem internacional?