segunda, 06 de maio de 2024
FOTOGRAFIA

Concurso internacional premia cenas de guerra, paz e arte na natureza

16 MAR 2024 - 11h53Por REDAÇÃO

Fotos de animais e aves abocanhando presas e cenas delicadas como a de um lagarto usando a cabeça de uma iguana como apoio para pegar um solzinho estão entre as vencedoras da edição 2024 do prêmio World Nature Photography. 

A fotógrafa de natureza britânica Tracey Lund conquistou o primeiro lugar com o registro do “trabalho colaborativo” de dois atobás na ilha de Shetland, que uniram forças para capturar um peixe. 

O concurso de fotografia da natureza premiou outras imagens retratando animais caçando e também descansando e convivendo em harmonia com outras espécies, além de paisagens e fungos bem originais, como um que “se disfarçou” de coruja como se tivesse sido desenhado por um artista. 

A caçada dos atobá-boreal. Foto: Tracey Lund

A imagem curiosa feita por Chatree Lertsintanakorn na Tailândia foi a melhor na categoria Plantas e Fungos, deixando o espectador intrigado. Fungo ou coruja?

O melhor retrato de um animal foi feito por Nicholas Remy, da Austrália, que registrou o olhar ameaçador de um velho conhecido: um peixe-pescador negro que vive em uma área em que ele mergulha regularmente – o que não parece ter ajudado a ser visto como um amigo. 

Relações amistosas

Na categoria Comportamento de Mamíferos, a vencedora foi a foto de um animal conhecido pela rapidez e ferocidade, o guepardo, no momento em que venceu a mamãe zebra em sua tentativa infrutífera de proteger o filhote, registro feito em um safári no Quênia.

O fotógrafo belga Alex Brackx, autor do clique, batizou a imagem de “O último segundo”. 

A beleza do mundo animal colorido em uma imagem em preto e branco. Foto: Richard Li

O suíço Andy Schmid registrou em um fiorde da Noruega outro flagrante da cadeia alimentar da natureza: uma orca avança sobre um cardume de arenques. A foto é rara, devido às condições difíceis de trabalho até para profissionais experientes no mar escuro e frio. 

Entre os anfíbios as relações parecem mais amistosas, como retratou o britânico John Seager em Galápagos. O lagarto aproveita a cabeça avantajada da iguana e ambos se mostram felizes sob o sol, na foto premiada como a melhor em Comportamento de Anfíbios. 

Também foi de Galápagos a melhor foto na categoria Comportamento de Invertebrados. O americano Bill Klipp usou a técnica de desfocar o fundo para retratar os caranguejos coloridos que aproveitavam as ondas do mar para retornar à costa formada de pedras vulcânicas, ressaltando suas cores vivas. 

Mas nem sempre o mar é amigo dos animais, como mostra a foto que venceu a categoria Fotojornalismo do Wordl Nature Photography. 

A americana Celia Kujala documentou um leão-marinho no México brincando com uma ameaça a todas as espécies marinhas: um pedaço de plástico. 

Uma orca avança sobre um cardume de arenques. Foto: Andy Schmid

Juba de leão

A interferência humana pode, por outro lado, criar oportunidades de sobrevivência de animais na “selva” das cidades. O israelense Roy Wiesner venceu o prêmio na categoria Vida Selvagem Urbana retratando a delicadeza de um ninho criado por um casal de aves aproveitando um enfeite em forma de dragão sorridente. 

Outro fotógrafo israelense foi premiado no concurso, com a cena de dois íbex duelando no alto das montanhas do deserto de Zin. A batalha tem como objetivo decidir o macho mais forte para ficar com uma fêmea da espécie. 

A beleza de animais coloridos como um leopardo pode ser destacada em uma foto em preto e branco, como a que levou o primeiro lugar nesta categoria no concurso World Nature Photography. O registro foi feito pelo americano Richard Li no Quênia, capturando o gracioso reflexo do animal em uma lagoa. 

A topografia mágica da Islândia valeu a Miki Spitzer, de Israel, o primeiro lugar na categoria Arte da Natureza do prêmio. 

“É um lindo elefante com uma juba de leão fluindo? Ou uma cabeça de leão com luxuosas tranças fluidas? Depende de você e da sua imaginação”, instiga o autor da imagem. 

Leia Também

Relatos de viagem

A decoada, o armau e história de pescador no Pantanal do Nabileque

Mais Relatos de Viagem

Megafone

É impossível prever. O clima mudou tanto que os modelos climáticos programados para fazer previsões há dez anos já perderam muito dessa capacidade

Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP

Vídeos

As 10 cidades mais ricas em espécies de aves

Mais Vídeos

Eco Debate

RICARDO HIDA

Tudo que não é relevante, deixa de existir

ARMANDO ARRUDA LACERDA

O Jardim do Guia Lopes, laranjal da fronteira

NELSON ARAÚJO FILHO

Uma história de areias