sexta, 03 de maio de 2024
MEIO AMBIENTE

Os desafios do novo presidente do Ibama

28 FEV 2023 - 09h13Por Silvio de Andrade

Rodrigo Agostinho é o novo presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). No cargo, o ex-deputado federal pelo PSB de São Paulo tem um cenário de desafios para a reestruturação do órgão, na avaliação de Eugênio Pantoja, diretor de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial no IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).

“Agostinho acompanhou, nesses últimos anos, o debate sobre os desafios da política ambiental. Tem conhecimento claro dos desafios e da necessidade de fortalecimento do Ibama, bem como das ações de comando e controle. Vai ser necessário olhar para dentro, porque o órgão está desestruturado: reorganizar processos; qualificar o quadro; elaborar e implementar uma estratégia de atuação será imprescindível”, afirma o diretor.

Rodrigo, que se apresenta como ambientalista e advogado, foi membro titular do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) por mais de uma década, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados e coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional. Seu nome já vinha sendo cotado para o novo posto.

Em novembro do ano passado, ele participou da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2022 (COP 27) e chegou a publicar uma foto nas redes sociais em companhia da recém-empossada ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, quem o indicou à presidência do Ibama.

“Com a principal liderança ambiental brasileira na #COP27, minha amiga e deputada @MarinaSilva e @txaisurui, referência na luta dos povos originários. Agenda intensa e produtiva. A postura do novo governo é prova de que o Brasil retornou de vez ao cenário climático global”, legendou o então parlamentar.

Desmanche
 
Sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), os últimos quatro anos aprofundaram o desmonte do Ibama. Dos mais de dois mil fiscais atuantes há 15 anos, hoje o órgão conta com 350 para todo o território nacional.
 
Enquanto o Ibama se enfraquecia, o crime organizado - com garimpo, grilagem e desmatamento ilegal - tomava conta de regiões da Amazônia e do Cerrado.
 
Só nas duas primeiras semanas de fevereiro, a derrubada na Amazônia bateu recorde. E no Cerrado, a fronteira agrícola segue como válvula de escape para setores do agronegócio que estão na contramão de um desenvolvimento social e ambientalmente justo, com vistas a um futuro de estabilidade climática. Povos, comunidades tradicionais e populações inteiras sofrem as consequências.
 
“O Brasil já voltou a ser protagonista no tema ambiental e climático, portanto, fortalecer órgãos de Estado, como o Ibama, é imperativo”, reforça Pantoja.
 
A atuação comprometida com o monitoramento, fiscalização e combate aos crimes ambientais e humanitários, como vimos em recente desdobramento na terra indígena Yanomami, mostra-se fundamental não apenas para o cumprimento das metas globais pelo clima, mas para a continuidade da vida em todas as suas formas.
 

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