Lista do Costa do Sol entra para o Catálogo de Plantas das UCs

O Parque Estadual da Costa do Sol (PECS), no Rio de Janeiro, acaba de ter sua lista de espécies de plantas publicada no Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil. Desde 6 de dezembro de 2021, pesquisadores, gestores e público em geral podem acessar a lista com os nomes e informações das 1.163 espécies conhecidas nesta que é a principal unidade de conservação de proteção integral da Região dos Lagos.

Criado em 2011, o PECS é composto por 43 áreas distribuídas, de forma descontínua, pelos municípios de Saquarema, Araruama, Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Armação dos Búzios, totalizando 9.841 ha. Ele abrange restingas, dunas, morros costeiros, manguezais e florestas estacionais semidecíduas (adaptadas a climas mais secos), resultando em grande diversidade de sua flora.

A listagem traz 1.128 espécies, 580 gêneros e 130 famílias de Angiospermas (plantas com flores); 18 espécies, 15 gêneros e 8 famílias de Samambaias e Licófitas; e 17 espécies, 14 gêneros e 7 famílias de Briófitas. Foram localizadas 30 espécies ameaçadas de extinção – inclusive o icônico pau-brasil (Paubrasilia echinata), e 18 raras. Lar de animais também ameaçados, como o mico-leão-dourado, o PECS sofre a pressão da urbanização e da especulação imobiliária que avança agora sobre as áreas rurais dos municípios onde ele se encontra.

O pesquisador Cyl Farney Catarino de Sá (JBRJ) coordenou a elaboração da lista. Ele vem desenvolvendo estudos na região há 30 anos e estima que a diversidade de plantas do PECS é ainda maior do que a levantada até agora. Nessas três décadas, foram descritas 18 novas espécies nas áreas que constituem o Parque.

“Toda UC precisa ter uma lista de suas plantas. Poder acessar as amostras online é muito útil para o gestor da unidade saber, por exemplo, quais são e onde estão as espécies ameaçadas de sua UC e poder planejar o manejo e a conservação delas. As listas também são fundamentais para políticas públicas, como arborização urbana, recuperação ambiental, acessando matrizes com material genético diversificado, e outras iniciativas. Esse conhecimento também é útil para o desenvolvimento horticultural e até para você decidir o que plantar no seu quintal. É muito mais inteligente plantar espécies nativas da região, melhor adaptadas às características locais”, explica o pesquisador.

O Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil é um dos produtos do projeto interinstitucional “Redescobrindo espécies ameaçadas em Unidades de Conservação da Floresta Atlântica: bases para gestão, conservação e acesso à informação”, desenvolvido conjuntamente pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC), a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), a Universidade de Vila Velha (UVV) e a Universidade de São Paulo (USP).

O JBRJ sedia o Catálogo, em que cada espécie listada é relacionada ao material referente a uma amostra coletada dentro da UC (material testemunho) e aos sistemas da Flora do Brasil, Reflora, Jabot e CNCFlora.

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