quarta, 11 de dezembro de 2024
ESTUDO

Muriquis-do-norte são monitorados por drone

12 OUT 2017 - 21h51Por Redação

O monitoramento de macacos em Minas Gerais agora é feito com o “dronequi”, um drone com câmera termal, que contribui com a conservação de macacos conhecidos como muriquis-do-norte (Brachyteles hypoxanthus).  

O sistema pode parecer simples, mas é extremamente inovador. De acordo com Fabiano Melo, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, o drone chega como uma revolução para o monitoramento das espécies nas florestas.

"Antes, nosso método era entrar na mata e contar os macacos individualmente. Agora, com o drone, temos duas câmeras de altíssima resolução de imagem e sensibilidade ao calor, que nos auxilia a localizar e contabilizar os animais em novos grupos e, principalmente, indivíduos isolados", comemora.

Localizar animais isolados

Fabiano Melo é membro da Rede de Especialistas de Conservação da Natureza, uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.?

A espécie do muriqui-do-norte conta com apenas 900 indivíduos na natureza e é considerada como “criticamente em perigo” pela mais recente lista divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente. A classificação está atrás somente da “extinta da natureza”.

Na Mata Atlântica, habitat natural da espécie, as fêmeas têm o costume de migrar entre os grupos, diferente dos machos que permanecem a vida inteira em um mesmo bando. Com essa migração, as fêmeas acabam muitas vezes ficando perdidas em pequenos fragmentos da mata e o drone auxilia também neste momento: encontrando animais isolados e minimizando o risco de perdê-los.

Esperança para a espécie

Fabiano Melo conta que um macaco costumava aparecer em um quintal no município de Ferros (MG) e foi identificado como um muriqui-do-norte. Os pesquisadores descobriram que Esmeralda (como foi batizada) não pertencia a nenhum grupo e ela foi levada para a mata do Luna, em Santa Rita de Ibitipoca (MG), onde teria a oportunidade de encontrar um grupo da mesma espécie.

Segundo Melo, "até o final do ano, se tudo der certo, ela deverá estar prenha, garantindo a conservação da espécie”. O acompanhamento das ações de Esmeralda e do grupo de muriquis será feita com o “dronequi”, que consegue observá-los à distância, sem interferir em seu habitat.

O projeto, 100% brasileiro, é fruto de uma parceria entre a equipe da Storm Security, com biólogos da ONG MIB e apoio da Fundação Grupo Boticário d Proteção à Natureza. O projeto também conta com a parceria da Reserva do Ibitipoca e da Fundação Biodiversitas.

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