A decoada – fenômeno natural que ocorre nos rios pantaneiros com a redução do nível de oxigênio na água, causando a mortandade de peixes – vem motivando também a prática de crime ambiental, com pescadores aproveitando-se da debilidade das espécies para praticar a pesca predatória. As alterações ocorrem devido a decomposição de matérias orgânicas. As cinzas carreadas para o rio, ao contrário do que se propaga, mudam apenas o pH da água.
"Capim não consumido (pela ausência do boi no campo), mata os bichos da terra na seca, com incêndios e, na cheia, os bichos da água, com a dequada", define um pantaneiro.
Quando a decoada ocorre, os peixes não comem a isca e a probabilidade de captura reduz, no entanto ficam vulneráveis à captura. No feriado do Dia do Trabalhador, a pesca não foi boa no Rio Paraguai. Por esta razão, muitos pescadores tentaram captar os peixes que estavam se debatendo no rio, fragilizados por causa da falta de oxigênio, e uma ação de policiais militares e agentes da Polícia Federal flagrou o crime em uma região próxima a Corumbá.
No dia 30 de abril, os policiais, em ação integrada, localizaram, por meio de denúncia, a presença de pescadores em ponto onde ocorria o fenômeno. Ao perceberem a aproximação da PMA e da PF, os supostos criminosos evadiram-se do local, fugindo pela mata que margeia o rio e não foram localizados. No entanto, deixaram para trás as provas do crime, apreendidas pela operação: seis barcos de alumínio, dois remos e um motor, três anzóis de galo (petrecho proibido), oito linhadas e dois peixes abaixo da medida permitida para captura.
O comando da PMA informou que a corporação está monitorando os cardumes em regiões onde estão ocorrendo a decoada, praticamente em toda a extensão do Rio Paraguai, e lançou um alerta: mesmo que o pescado esteja morrendo pelo fenômeno, as pessoas precisam respeitar as normas de pesca, como a cota de captura para pescadores amadores e profissionais e respeitar os locais proibidos para a prática.
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