domingo, 19 de maio de 2024
CORUMBÁ

CRUZEIRO FLUVIAL REVELA A BELEZA DO PANTANAL E A PRESENÇA DA ONÇA

27 NOV 2023 - 08h27Por SILVIO DE ANDRADE

De novembro a janeiro, os barcos-hotéis que proporcionam a melhor pesca esportiva na modalidade de pesque e solte no Pantanal oferecem pacotes diferenciados para quem quer curtir a natureza. São os cruzeiros fluviais, partindo de Corumbá, a capital desse ecossistema fantástico, em busca de grandes emoções e experiências navegando pelo Rio Paraguai e descortinando paisagens de tirar o fôlego no encontro com a majestosa Serra do Amolar.

Os passeios de contemplação e vivência ocorrem no período da piracema, quando a pesca cessa por lei para que ocorra a piracema (processo natural de reprodução dos peixes) sem impactos ambientais, garantindo, assim, o equilíbrio e manutenção do estoque pesqueiro. É época, também, de ninhais com filhotes de aves, dentre as quais o tuiuiú, ave símbolo do Pantanal. E concentração de bandos de garças, gaivotas, colhereiros, patos selvagens, biguás...

Parada dos botes na margem do rio para observação da rica fauna local, onde se destacam o jacaré e a infinidade de aves

O turista tem dois roteiros: água e terra. O primeiro, sobe o Rio Paraguai até a Serra do Amolar, com suas áreas de proteção ambiental, baias de água cristalina, vitória-régia e comunidades tradicionais. O segundo, desce o mesmo rio até o Porto da Manga e inclui safári pela Estrada-Parque no Pantanal da Nhecolândia, lugar de maior concentração de animais e passagem de comitivas de gado. São passeios de até quatro dias, incluindo city tour pela histórica Corumbá.

Conforto, boa comida

“Adorei, passaria mais dois dias”, afirma a aposentada Enilda Souza Teixeira, 59, de Porto Alegre, que fez o roteiro água na companhia do marido, Marco Valério. “Passeios ótimos, comida maravilhosa, atendimento excelente, melhor do que em hotel”, completa. “Lugar deslumbrante, o conforto do barco-hotel facilita a viagem longa e a paisagem é incrível”, expressa Paulo Ferreira, 43, mineiro, militar do Exército, morando há dois anos na Capital do Pantanal.

Na reserva do Acurizal, ao lado do Parque Nacional do Pantanal, passeios inclui uma trilha e caiaque com a visia da morraria

Quando o barco-hotel zarpa do porto da cidade, o agente da operadora logo dá a dica do primeiro dia: curta a embarcação, conheça cada espaço preparado para oferecer o melhor em acomodação e serviços de cozinha, bar, piscinas, salas de jogos e tv e botes para passeios com guias de turismo (piloteiros). Agora, a internet funciona 24h, mas não há tempo para o celular: logo surge o pôr do sol margeando o rio para celebrar a viagem a dois ou em família.

O barco navegou a noite inteira por 200 km e o segundo dia do roteiro água leva o visitante a um passeio de 12 km pelo rio até a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Acurizal, na divisa dos pantanais de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, logo cedo. Chegando à antiga fazenda, duas opções: andar de caiaque ou curtir a trilha do por do sol de 2km em meio a uma mata fechada. No retorno à nave mãe, jantar com direito a pacu assado e caldo de piranha.

Os barcos-hotéis propiciam uma viagem de muito conforto e lazer para crianças e adultos, alguns com elevadores

E a onça apareceu

À tarde, teve aula na cozinha do barco de produção de chipa, iguaria do Paraguai incorporada pela gastronomia sul-mato-grossense; visita à comunidade de mulheres artesãs da Barra do São Lourenço e ao Parque Nacional do Pantanal. No retorno, a contemplação do pôr do sol dourado refletindo-se no rio e se contrastando com a morraria do Amolar, onde se destaca a grande pedra em formato de buda. O passeio aguça a curiosidade do visitante: e a onça-pintada? 

O terceiro dia amanhece nublado e todos seguem para o estreito e sinuoso Paraguai-Mirim, afluente do Rio Paraguai. É período de águas baixas no Pantanal e somente a “leitura” da água pelo guia de turismo para “enxergar” o canal, cruzando camalotes que se concentram no rio. O passeio inclui visita ao Zé Meleta, ribeirinho vendedor de mel colhido nas matas, e ao ninho de tuiuiú com dois filhotes. “Onça? Na seca ela não ronda muito as nossas casas”, diz o morador.

Banho nas águas cristalinas da Baía do Cervo: mergulho ao lado de peixes coloridos, drinques e muitas fotos

O comboio de botes segue até a Baía do Cervo para banho nas águas transparentes. Na volta, a onça-pintada estava lá, no barranco, e foi avistada por alguns visitantes. O almoço foi um churrasco pantaneiro ao ar livre e o passeio finalizou na Baía do Castelo para observar o pôr do sol. Mais uma surpresa: surge o saxofonista Everton Duarte para interpretar músicas regionais, como Chalana (Mário Zan) e Comitiva Esperança (Almir Sater) no meio da baía, entre revoada de pássaros. No quarto dia, desembarque em Corumbá com city tour.

Mais informações:
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(Assessoria de Imprensa da ACERT)

 

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