O Brasil acaba de ganhar mais um título de Patrimônio Mundial da Unesco. O Sítio Arqueológico Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, faz parte dos novos atrativos turísticos, históricos e culturais da cidade localizados na região conhecida como Porto Maravilha.
A área foi revitalizada para os Jogos Olímpicos Rio 2016. O local integra o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, que estabelece marcos da cultura afro-brasileira na Região Portuária, ao lado do Jardim Suspenso do Valongo, Largo do Depósito, Pedra do Sal, Centro Cultural José Bonifácio e Cemitério dos Pretos Novos.
O Cais do Valongo é o mais destacado vestígio do tráfico negreiro no continente americano. O título de patrimônio da humanidade representa o reconhecimento de um período marcante da história da humanidade. O local, que estava encoberto por outras obras do antigo porto, é o maior símbolo material da escravidão no Brasil.
Reconhecimento
O reconhecimento da Unesco coloca o Cais do Valongo no mesmo patamar de Hiroshima, no Japão, e do Campo de Concentração de Auschwitz, na Polônia, classificados como locais de memória e sofrimento da humanidade, ambos da II Guerra Mundial. Os países membros da UNESCO também reconheceram o valor universal e excepcional do Cais do Valongo como exemplo da violência contra a humanidade representada pela escravidão. Ao mesmo tempo, o local é símbolo de resistência, liberdade e afirmação dos negros do Brasil e do mundo.
História
A partir de 1774, o desembarque de escravos no Rio foi concentrado na Praia do Valongo, com mercado de escravos, casas de comércio, um cemitério e um lazareto. Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, o tráfico havia se intensificado e as ruínas atuais resultam das obras realizadas a partir de 1811. O tráfico foi desativado por pressão da Inglaterra em 1831. A “lei para Inglês ver” não teria sido cumprida e o tráfico continuou até 1850. Já a escravidão só foi abolida 30 anos depois.
Em 1843, o Cais do Valongo foi aterrado para receber a Princesa Teresa Cristina, esposa do Imperador Dom Pedro II. O Cais da Imperatriz também havia sido aterrado, em 1911. Durante as obras do Porto Maravilha, 100 anos depois, nas escavações realizadas no local, em 2011, foram encontrados milhares de objetos e outras peças usadas em rituais religiosos.
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