domingo, 19 de maio de 2024
PRESERVAR

APA do Guariroba inicia plantio de mudas nativas

23 MAR 2023 - 11h40Por MAGDA TEBCHARANI

A Associação de Recuperação, Conservação e Preservação da Bacia do Guariroba (ARCP Guariroba) iniciou no dia 21 de março o plantio de cinco mil mudas nativas do cerrado na Área de Proteção Ambiental (APA) do Guariroba, em parceria com a Prefeitura de Campo Grande e integrantes do Conselho Gestor da APA do Guariroba, além da presença da WWF Brasil. 

A ação encerra o período de plantio de mudas e recuperação de pastagens, que começou em outubro e termina este mês, época mais chuvosa do ano. “Estamos comemorando o Dia Mundial da Água e o trabalho da associação é principalmente a preservação da água”, afirma o presidente da ARCP Guariroba, Claudinei Pecois.

Em cinco anos de trabalho da associação já foram restaurados, segundo Claudinei, 80 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e ainda restam outros 660 hectares para recuperar. “Grande parte dos 79 produtores rurais da Bacia do Guariroba está receptiva ao projeto de restauração. Nossa intenção é através do exemplo, das boas práticas conseguir transformar essa região”, ressalta ele. 

De acordo com o presidente da ARCP, são várias frentes de trabalho: a restauração ambiental das APPs, a recuperação das pastagens e o terraceamento, uma técnica agrícola para evitar a erosão causada pelas águas da chuva. Dos 36.200 hectares da bacia do Guariroba, a maior parte é de pastagens. “Se essas áreas também estiverem recuperadas, não vai haver erosão porque a infiltração da água no solo será maior”, destaca Claudinei. 

Restauração ecológica

Para a engenheira florestal do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Adriana do Santos Damião, esse trabalho de restauração ecológica é muito importante para a preservação da água. “Essa parceria, integrando governamental com não-governamental e o apoio técnico, é fundamental. Antigamente, diziam que a água era um produto renovável, mas não é mais”, alerta a engenheira, lembrando que 50% da água que abastece Campo Grande vem da Bacia do Guariroba.

 

O gerente de fiscalização ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), Orcival Simões Júnior, explica que a prefeitura é um dos parceiros do projeto. “Estamos estreitando os laços com a associação para fornecer parte das mudas. Temos uma área grande a recuperar. Também estamos atuando na parte de instruir, informar mais o produtor sobre o que precisa ser feito. A água é importante para a civilização, é um dos grandes desafios hoje. Temos que preservar para não faltar no futuro”, avalia o gerente.

A assessora executiva do Conselho Gestor da APA do Guariroba e representante da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb), Lucilene Oshiro, lembra que o conselho propicia a gestão democrática do território. “Essa iniciativa da ARCP é de extrema importância, como membro do conselho gestor. Temos um plano de manejo, com programas ambientais para serem cumpridos e esse tipo de ação faz parte do plano de manejo. Eles são um dos nossos parceiros, para nos ajudar a fazer esse plano de manejo se tornar realidade”, afirma Lucilene.   

A vice-presidente da ARCP, Cristina Possari, também ressalta a importância desse trabalho de recuperação da Bacia do Guariroba para a população de Campo Grande e para as futuras gerações. “Precisamos pensar nos nossos filhos, netos e bisnetos. Que possamos deixar um planeta ambientalmente mais correto e garantir água para essas gerações”, finaliza Cristina

Leia Também

Relatos de viagem

A decoada, o armau e história de pescador no Pantanal do Nabileque

Mais Relatos de Viagem

Megafone

O meio ambientalismo nunca preocupou-se com o meio ambiente. Suas ações são histéricas ou fanáticas em defender interesses inconfessos

Armando Arruda Lacerda, pantaneiro

Vídeos

As 10 cidades mais ricas em espécies de aves

Mais Vídeos

Eco Debate

PAULO DE GODOY

Os desafios da sustentabilidade da jornada de dados para IA

ARMANDO ARRUDA LACERDA

Pantaneiros informam: respeitar não é idolatrar animais

FREDERICO BUSSINGER

Água, chuvas, enchentes: Lições aprendidas e a aprender