quarta, 08 de maio de 2024
CULTURA

Forró é reconhecido como manifestação da cultura nacional

09 NOV 2023 - 12h53Por AGÊNCIA BRASIL/REDAÇÃO

O gênero musical forró foi reconhecido como manifestação da cultura nacional. O projeto de lei que já havia sido aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.   

Segundo o projeto de lei, o forró é um dos mais autênticos gêneros musicais brasileiros. Nascido a partir da mistura de ritmos tradicionais da Região Nordeste como baião, xaxado, coco, arrasta-pé e xote, existe há cerca de sete décadas. Em 2021, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) declarou as matrizes tradicionais do forró como Patrimônio Cultural do Brasil.

Participaram da assinatura a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o deputado federal Zé Neto (PT-BA), autor da proposta, e a senadora Teresa Leitão (PT-PE), que foi relatora do projeto no Senado.  

“Um passo gigantesco para o nosso forró nordestino, e que passará a ter muito mais grandeza, respeito e possibilidade de fazer parte das políticas públicas em nosso país”, disse o deputado nas redes sociais.

Manifestações reconhecidas

Com a nova lei, o forró se torna a 12ª de uma lista de práticas, locais e eventos reconhecidos legalmente como manifestações culturais nacionais e/ou patrimônios culturais imateriais do país desde 2010.

Naquele ano, uma lei sancionada por Lula, então no fim de seu segundo mandato, reconheceu a Feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, como Patrimônio Cultural Imaterial.

Só este ano, outras três quatro leis manifestações culturais foram igualmente reconhecidas: as festas juninas, as escolas de samba, o Carnaval de Novas Russas, no Ceará e o uso do transporte de passageiros conhecido como "pau de arara" em romarias religiosas.

Veja abaixo a lista de práticas, locais e eventos reconhecidos como manifestações culturais nacionais ou patrimônios culturais imateriais e o ano em que receberam a classificação:

Feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro (2010), Música gospel (2012), Caminhada com Maria, em Fortaleza (CE) (2015), Rodeio e vaquejada (2019), Carnaval de Aracati (CE) (2021), Torneio de Montaria, Freio de Ouro, em Esteio (RS) (2022), Marcha de resistência do cavalo crioulo (2022), Festas juninas (2023), Escolas de samba (2023), Carnaval de Nova Russas (CE) (2023) e Uso de "pau de arara" em romarias religiosas (2023).

Há ainda sete projetos que tramitam no Congresso Nacional com o mesmo objetivo para outras práticas: Carnaval de Pernambuco, Cristianismo, Modos de produção dos instrumentos musicais de samba, Rodeio crioulo, Artesanato em Capim Dourado, Produção de artesanato com a palha de ouricuri do Pontal de Coruripe (AL) e fabricação de redes em São Bento (PB).

Forrobodó

De acordo com o professor Estevam Machado, especialista em história do Brasil colonial, a palavra forró é uma derivação de forrobodó que, por sua vez, deriva de "forbodó". A palavra seria uma versão aportuguesada de uma palavra francesa: faux-bourdon, um tipo de música tocado na idade média.

O ritmo que deu origem ao forró chegou ao Brasil no século XIX, trazido pelos portugueses e se firmou no interior do Brasil, principalmente no interior do Nordeste.

"Só na década de 50 que o nome forró passa a ser utilizado para o ritmo musical e a gente deve muito isso à figura do Luiz Gonzaga, com a música 'Forró de Mané Vito', que realmente criou esse gênero que é tão importante para a cultura nordestina", justificou Machado.

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