terça, 14 de maio de 2024
PRESERVAÇÃO

Programa do INMA reúne dados sobre 600 espécies da Mata Atlântica

14 OUT 2023 - 12h59Por REDAÇÃO

Dados de 600 espécies da Mata Atlântica, algumas ameaçadas, foram gerados pelo Programa de Ciência Cidadã do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) entre 2019, quando começou, e maio de 2023. Neste período, 2.320 colaboradores produziram informações sobre invertebrados aquáticos, borboletas, anfíbios, répteis, aves e mamíferos distribuídos em 67 municípios do Espírito Santo. 

Localizado no município de Santa Tereza, a 80 quilômetros da capital Vitória, o INMA é uma unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
 
“A intenção desse programa é justamente aproximar as pessoas e promover o engajamento do público a fazer ciência”, explicou a supervisora Natália Ghilardi-Lopes, que é professora da Universidade Federal do ABC. 

“Nós sabemos que existe um distanciamento de diversos setores da sociedade em relação à ciência e ao que os cientistas fazem, e uma das missões do INMA é divulgar o conhecimento científico e também promover processos de parcerias entre o público e os cientistas”, acrescentou.

Os projetos
 
Atualmente, os projetos são do tipo contributivos, nos quais os cientistas cidadãos colaboram apenas com a coleta de dados. Podem participar pessoas interessadas em fazer ciência, visitantes, escolas, estudantes e professores, e os próprios funcionários do INMA que não estão vinculados às ações de popularização da ciência.

Dentro do Ciência Cidadã existem sete subprojetos, cada um com uma peculiaridade. O “Cantoria de quintal” monitora e realiza o inventário de anfíbios por meio de registros sonoros. “Os cientistas cidadãos gravam o som dos ambientes aquáticos, e a partir da cantoria dos anfíbios registrada é possível saber quais são as espécies presentes nessas gravações”, disse Natália.

Já o “Borboletas Capixabas” é feito por meio de registros fotográficos. “O projeto identifica as espécies de borboletas presentes no estado do Espírito Santo, em especial no município de Santa Teresa, e se existem espécies ameaçadas de extinção”, contou.

O projeto “Eu conheço os répteis daqui!” estimula os voluntários a desvendar quais são e onde estão as espécies de repteis do Espírito Santo. Já o projeto “A água desse rio é boa? Quem vive nele te conta!” avalia a qualidade ecológica dos ecossistemas aquáticos urbanos e rurais na bacia do rio Santa Maria do Doce, na região serrana do estado.

Bons registros

No projeto ‘Bromélias’, cientistas cidadãos devem fazer o levantamento da diversidade dos anfíbios que habitam as bromélias da Mata Atlântica, enquanto o monitoramento de aves anilhadas é realizado na ação “Eu vi uma ave usando pulseira”.

Em outro projeto, cidadãos fazem registros de macacos encontrados nas matas e enviam os vídeos por rede social para os coordenadores do INMA, que analisam a distribuição dos animais no estado. É o projeto “Eu vi um macaco no mato”.

“Cada projeto tem a sua plataforma. Basicamente, os cientistas cidadãos aprendem a registrar esses diferentes grupos de organismos e fazer bons registros para enviar as informações de localidades, espécies, condições do habitat, para os coordenadores do INMA”, concluiu a pesquisadora Natália Ghilardi-Lopes.
 

Leia Também

Relatos de viagem

A decoada, o armau e história de pescador no Pantanal do Nabileque

Mais Relatos de Viagem

Megafone

É impossível prever. O clima mudou tanto que os modelos climáticos programados para fazer previsões há dez anos já perderam muito dessa capacidade

Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP

Vídeos

As 10 cidades mais ricas em espécies de aves

Mais Vídeos

Eco Debate

FREDERICO BUSSINGER

Água, chuvas, enchentes: Lições aprendidas e a aprender

RICARDO HIDA

Tudo que não é relevante, deixa de existir

ARMANDO ARRUDA LACERDA

O Jardim do Guia Lopes, laranjal da fronteira