A vida é curta, a vida é curtir. Muitos estão aí, sem viver em plenitude, pensando em ter, ter, ter, desprezando as maravilhas do mundo, uma pena isso. Essa é a reflexão que tive assim que cheguei a Bonito, cidadezinha de cerca de 20 mil habitantes, mas que recebe milhares de turistas do mundo inteiro, encantados por suas belezas naturais.
Ao participar do IV Fórum de Mídia Eletrônica, Meio Ambiente e Turismo, tive oportunidade ao lado da minha esposa Vânia e filha Caroline, conhecer um dos locais mais famosos turisticamente falando – Boca da Onça – que, aliás, não pertence a Bonito, mas a cidade fatura alto com ela. Localizada em Bodoquena, o lugar é indescritível. Na verdade já conhecia o lugar, quando fui acampar, mas tive acesso ao local pelas glebas dos assentados, caminho que poucos conhecem.
Dessa vez fiz o roteiro que todos os turistas estão acostumados, menos o famoso rapel, uma pena! Mesmo assim, valeu a oportunidade. Pegamos uma trilha de aproximadamente dois quilômetros e descemos mais de 800 degraus para chegar até o pé da cachoeira. Como choveu muito a cena não poderia ter sido outra, um verdadeiro véu de águas entre as pedras, que daria inveja até em Portinari, pelos detalhes artísticos da mão de Deus.
Pena que a contemplação foi rápida, pois tínhamos mais aventuras pela frente. Ao continuar o percurso, tivemos oportunidade de conhecer mais cinco cachoeiras, cada um com seu encanto. Todas inegavelmente com um valor incalculável.
Como todo passeio seguido por guia, o que não gostei foi a marcação do relógio e a ordem de continuar a aventura e abandonar um local que gostaria de ficar a tarde inteira. Muitas fotos e imagens registradas (adoro fotografar).
O retorno foi extremamente cansativo, as pernas continuam doloridas, tendo dificuldade até em andar, tanto foram os degraus que tivemos que subir e descer. Mas todo esse sacrifício faria novamente para contemplar algumas horas deste encontro com a Natureza.
Fiquei sedento por likes e relatar aquele momento com uma postagem no meu face, pena que a internet de Bonito continua sendo o bicho papão de turismo do município. O sinal é de péssima qualidade. E pensar que o município foi pioneiro num projeto do Governo Federal da Cidade Digital!?
A noite aproveitei é claro para conhecer a vida noturna de Bonito. Tudo muito caro, preço de gringo. Uma cerveja custa em media R$ 15,00. Uma pena esse tipo de exploração, que acaba criando uma barreira social para aqueles que têm menos condições.
Voltei para minha residência com a sensação de quem teve o gostinho de conhecer um pouco do Paraíso. Mesmo com tantas belezas naturais diante dos meus olhos, a imagem mais gratificante foi ver minha esposa e filha ao meu lado desfrutando de tudo isso. Isso sim não tem dinheiro no mundo que pague.
Jornalista, proprietário da empresa Brasil Marketing Digital, reside em Campo Grande
Leia Também
Gabi viveu o deserto e o céu mais estrelado do mundo