Em meio a discussões acerca da degradação dos rios, pescadores são os principais alvos de julgamento pela extinção de espécies e outros impactos negativos, quando as leis da pesca e do Pantanal não traduzem os reais agentes que afetam diretamente os estoques pesqueiros.
Há muito, pescadores da Colônia Z-18, de Aquidauana e Anastácio (MS) promovem a limpeza e o cuidado para com os rios pertencentes à Bacia do Alto Rio Paraguai, entendendo que leis como, por exemplo, a proibição da pesca de algumas espécies, não garante a preservação das mesmas.
Um ato de mutirão tomou as margens do rio Aquidauana e Taquarussu para a retirada do lixo acumulado. Foram coletados quase 2000 quilos de lixo em ação promovida pela Colônia de Pescadores Z-18. Entre os itens removidos estavam restos de eletrodomésticos, plásticos e aparelhos eletrônicos.
Este é o sexto ano que o projeto “Rio Limpo” é organizado pelos pescadores no mês de junho, para fazer alusão ao Dia do Pescador, comemorado no dia 29.
Relato da pescadora do rio Aquidauana e secretária da Colônia Z-18, D. Lucia Helena de Souza, mostra o descaso da sociedade quanto aos rios, do qual dependem centenas de famílias que têm a pesca como principal, ou única, renda para sobreviver:
“Ano passado os pescadores retiraram 2840kg de lixo em poucas horas, este ano os pescadores profissionais retiram 1800kg em três horas. Ainda falta conscientização da população que lugar de lixo é na lixeira e não no rio”.
E afinal, o que têm para dizer os pescadores hoje, dia em que deveriam comemorar a profissão? Apenas um pedido de socorro na poética forma de dizer o que os cinco sentidos são capazes de captar.
Socorro SOS Aquidauana
Vejam as águas do rio
Vejam a correnteza
São as lágrimas do abandono
E desprezo da natureza.
Águas que correm
Que outrora trouxe orgulho
Pela forma e beleza
Mas hoje os peixes morrem
E deixa saudade e tristeza
Desprezo de um povo
Que não tem piedade
Descaso das autoridades
Não estão preocupados
Com o patrimônio
A riqueza da nossa cidade.
Autor: Reinaldo Paes Martins – Um poema realizado nas margens do rio Aquidauana frente a tanto lixo e descaso da sociedade para com os rios e as famílias que dele dependem.
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