A mudança de rumos no Ministério do Turismo com a demissão do ex-ministro Marcelo Álvaro Antônio, para atender a negociata política da Presidência da República com o Centrão na escolha do novo presidente da Câmara dos Deputados, teve reação dos estados em carta aberta do Fornatur (Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo).
Em favor do turismo e contra a descontinuidade das políticas públicas voltadas ao setor no Brasil, o Fornatur expressou preocupação com a mudança, que ocorre num momento delicado, de uma crise sem precedentes causada pela pandemia do novo coronavírus e impondo ao trade enfrentamento com dedicação, diálogo e muito trabalho.
“Respeitosamente esperamos que o novo ministro trabalhe para o desenvolvimento da atividade, com ideias construtivas, porém sem deixar para trás o que foi construído”, posiciona-se o Fórum, presidido pelo diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), Bruno Wendling. “Esperamos ainda – complementa a carta - que o trabalho e as tomadas de decisão continuem sendo em conjunto com todos os representantes do setor, assim como vem sendo desde a última gestão”.
O novo ministro, Gílson Machado, amigo do presidente Jair Bolsonaro, já se manifestou contra o distanciamento social e tem se declarado contra o fechamento das atividades econômicas, em especial às ligadas ao turismo. Em entrevista, chegou a fazer um apelo às autoridades municipais e estaduais para que não decidam por voltar a fechar as atividades ligadas ao trade do turismo para proteger o emprego de quem tira do turismo o seu sustento.
“Eu sei que a Covid-19 é um problema seríssimo, mas o emprego é muito importante também. Temos os protocolos de segurança. Temos os protocolos adotados que estão hoje na vanguarda do mundo”, defendeu. “As prefeituras e os estados têm mecanismos de fiscalizar se estão usando luva, se estão usando álcool em gel... Então, a gente tem que lutar”, comentou.
A CARTA
Veja, na íntegra, a carta aberta divulgada pelo Fornatur:
“O Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur), vem através desta carta aberta expressar sua preocupação diante da recente mudança na gestão do Ministério do Turismo. Uma mudança que acontece num momento delicado, de uma crise sem precedentes causada pela pandemia do novo coronavírus e que o setor tem enfrentado com dedicação, diálogo e muito trabalho.
O Fornatur tem mantido uma excelente relação com o MTur nos últimos anos, conquistamos espaço e voz das deliberações das políticas públicas voltadas para o turismo. Sugerimos, planejamos e reivindicamos várias ações em favor dessa, que é uma das principais atividades econômicas do país. Queremos que essas ações, tão importantes para a retomada do turismo no Brasil, não sejam descontinuadas.
O Fornatur se posiciona em favor do turismo, independente de posições políticas ou crises internas. Respeitosamente esperamos que o novo ministro trabalhe para o desenvolvimento da atividade, com ideias construtivas, porém sem deixar para trás o que foi construído. Esperamos ainda que o trabalho e as tomadas de decisão continuem sendo em conjunto com todos os representantes do setor, assim como vem sendo desde a última gestão.
Este Fórum espera continuar com um diálogo aberto e transparente em todas as esferas da pasta e que pleitos e proposições continuem sendo ouvidas. Aproveitamos para reforçar a necessidade do reposicionamento da imagem do destino Brasil, do fortalecimento e valorização da Regionalização em seus territórios, da descentralização de recursos financeiros.
Salientamos que a construção coletiva das estratégias de promoção juntamente com o Fornatur e com as entidades do trade são fundamentais para o sucesso dessa gestão. Somos um Fórum colegiado formado pelos Secretários de Estado de Turismo ou Presidentes de Órgão Estaduais de Turismo de expressão técnica e política, que delibera sobre os temas relevantes do turismo nacional.
Nossa preocupação é com o turismo, uma das atividades que mais sofreram economicamente nesta pandemia e queremos que não haja retrocesso nas políticas implantadas e em implantação, pois isso será extremamente prejudicial para o Brasil.
Desejamos que o novo ministro faça uma boa gestão, mantenha a equipe técnica e dê continuidade às boas ações. Nós estaremos firmes, vigilantes e reafirmamos nosso compromisso com o turismo brasileiro.”
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