A jornalista sul-mato-grossense Iasmim Amiden ganhou, nesta semana, um prêmio nacional durante o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom) em Curitiba, Paraná, de melhor reportagem na categoria Jornalismo Digital pelo seu trabalho sobre o cotidiano das mulheres ribeirinhas do Porto da Manga, comunidade loalizada às margens do Rio Paraguai, em Corumbá.
O trabalho foi desenvolvido com o apoio da organização nãogovernamental Ecoa durante as visitas à comunidade e em todo o processo de pesquisa e aprendizado sobre o Pantanal.
A reportagem narra histórias de mulheres coletoras de isca-viva, que têm longas jornadas de trabalho em corixos, baías e rio, sendo este o principal meio de subsistência de suas famílias. São mulheres das águas, que vivem nas margens do rio Paraguai, a 60 km do município de Corumbá.
Vulnerabilidade
De acordo com Iasmim Amiden, “mulheres da manga” é uma narrativa longform para a Web sobre o cotidiano das mulheres ribeirinhas do Porto da Manga, uma comunidade pantaneira, localizada às margens do rio Paraguai, no estado de Mato Grosso do Sul.
“O trabalho tem o objetivo de retratar, pela ótica feminina, as características da região, condições de trabalho e a situação de vulnerabilidade socioambiental em que vive a comunidade ribeirinha. Além disso, destaca as principais atividades de subsistência desempenhadas pelas mulheres, como a coleta de isca viva, que é realizada 100% pelas ribeirinhas, e as atividades de extrativismo e comércio de derivados de frutos do Pantanal”, explica.
O trabalho é resultado do projeto experimental feito para conclusão do curso de Jornalismo na UFMS orientado pela professora Katarini Miguel. Para sua realização a jornalista fez viagens a campo para registros e entrevistas em épocas de seca e cheia do Pantanal.
A narrativa utiliza o gênero narrativo-descritivo e diferentes formatos jornalísticos, como as fotografias, infográficos e os áudios, para retratar a temática. O trabalho está dividido em quatro capítulos construídos por meio dos depoimentos das personagens.
A jornalista continua trabalhando com as mulheres da Manga a partir de projetos desenvolvidos pela organização não governamental ambiental Ecoa – Ecologia e Ação, na qual é consultora.
“São mulheres incríveis e inspiradoras que merecem todo o reconhecimento, e atuamos de modo a garantir os direitos básicos. É uma luta cotidiana na qual estou me envolvendo e aprendendo, ainda tenho muito a conhecer sobre essas comunidades vulneráveis do Pantanal e sobre as famílias tradicionais que sobrevivem das águas, por isso, direcionei meu caminho no jornalismo para esta questão social”, finaliza.
Comunidades tradicionais
Neste ano, a jornalista também foi premiada durante Congresso Regional em Cuiabá, Mato Grosso, pelo mesmo trabalho, que pode ser acessado em: www.mulheresdamangareportagem.com.br
O reconhecimento está na visibilidade dada a estas mulheres, pantaneiras, que são desconhecidas ainda entre muitos, e ao contexto socioambiental do Pantanal, a maior planície alagável do mundo.
No bioma vivem dezenas de cmunidades tradicionais ribeirinhas, que tem a pesca como forma principal para sobrevivência e vivem a luta diária para reconhecimento e garantia de seus direitos.
O Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação acontece desde 1977 e esta é a primeira vez que o prêmio de jornalismo digital vai para uma jornalista do Estado, graduada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
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