A preocupação da comunidade e dos empresários de turismo da região do Passo do Lontra, situado às margens do Rio Miranda, na Estrada Parque de Corumbá, parece estar caminhando para uma solução: a antiga ponte de madeira sobre aquele afluente do Rio Paraguai foi tombada por interesse histórico e cultural pelo município, em 2009.
A lei nº 2105, em vigor a partir de 16 de outubro daquele ano, foi promulgada pelo presidente da Câmara Municipal, Antônio Luiz de Almeida Vianna, e assim a estrutura não poderá ser demolida. O temor é que, com a retirada da ponte (ao seu lado foi construída uma de concreto, em 2013), grandes embarcações de pesca esportiva invadam a região.
A lei aprovada pelo legislativo municipal corumbaense foi rejeitada pelo prefeito da época e vencido o prazo regimental, o projeto voltou à Câmara, que decidiu pela sua promulgação. A decisão atendia pedido dos empresários de turismo da localidade e antecipava uma discussão de um tema que polemizou depois da construção da ponte de concreto.
Tombamento nacional
Segundo o presidente do conselho gestor da Estrada Parte, unidade de conservação criada em 1993, João Venturini Junior, existe uma pressão dos proprietários de barcos-hoteis de Corumbá, para a demolição da ponte velha, que obstrui a passagem de grandes embarcações pelos vãos da ponte de concreto, que tem mais de sete metros do nível do rio.
Venturini explicou que a presença dos barcos-hotéis coloca em risco o ecossistema da região, onde a principal atividade de turismo é o ecológico. Existem várias reservas naturais aquáticas, onde é proibida a pesca esportiva. Os empresários locais cobram do município e do estado uma norma que disciplina o uso dos recursos naturais, como existe em Bonito, limitando inclusive número de turistas.
“Essa informação de que a ponte de madeira é patrimônio nos tranquiliza, mas vamos buscar apoio para que esse tombamento chegue aos níveis estadual e nacional”, adiantou o presidente do conselho gestor.
Manutenção regular
A Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) informou, por meio de sua residência em Corumbá, que não existe nenhuma decisão em relação a retirada da ponte de madeira, que deverá ser usada apenas para passagem de pedestres. A agência também tem feito manutenção periódica em sua estrutura, inclusive retirando a vegetação acumulada que pressiona seus pilares.
Leia Também
MP INVESTIGA IMPACTOS A CORUMBÁ POR INADIMPLÊNCIA NO EMPRÉSTIMO DO FONPLATA
Gabriel ao secretariado: "vamos tomar medidas duras"
AGEMS RENOVA 148 AUTORIZAÇÕES DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS ATÉ 2026
CORUMBAENSE ENCARA 750 KM DE ESTRADA PARA ESTREAR NESTE DOMINGO NO ESTADUAL
Gabriel busca impedir paralisação do transporte urbano