O avistamento com maior frequência de onças-pintadas na área urbana de Corumbá, nos últimos meses, gerou insegurança e medo dos moradores que habitam áreas próximas ao Rio Paraguai e ao Pantanal e também a demora nas soluções possíveis para afastar esses animais, cuja competência é do Ibama e do ICMBio.
Para minimizar a situação, a Polícia Militar Ambiental (PMA) está fazendo rondas noturnas diárias para afugenta-los em quatro pontos. Os policiais têm usado de alguns artifícios, como sonorização (buzina), barulho e iluminação para evitar a permanência das onças nos locais mais frequentes de avistamento, como as áreas de encostas, entre a parte alta da cidade o rio.
A ação do Estado foi anunciada pelo secretário-executivo de Meio Ambiente da Semadesc (secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Artur Falcette, que se encontra em Corumbá participando da edição pantaneira do Diálogos pelo Clima”, circuito de eventos promovido pela Embrapa em preparação para a COP30, nesta quinta-feira, 12.
Aviso aos moradores
Ele disse que é uma medida paliativa, enquanto os órgãos federais não se pronunciam. “Não temos competência para atua na fauna silvestre, mas a PMA foi recomendada a fazer rondas noturnas, ação essa já iniciada, como uma solução provisória enquanto aguardamos uma definição do Ibama e do ICMBio”, observou.
Falcette se encontrou na manhã desta quinta-feira com a diretora-presidente da Fundação de Meio Ambiente do Pantanal, Cristina Fleming, oportunidade em que discutiram algumas medidas pontuais para tranquilizar os moradores e evitar consequências mais graves com a presença constante dos felinos.
Como parte dessas ações, o secretário de Meio Ambiente gravou um vídeo para as redes sociais e nas rádios, onde explica que o Estado não pode intervir diretamente no problema e pede aos moradores que permanecem em suas casas, no período noturno, recolham seus animais domésticos e não deixem resíduos de alimentos espalhados pela comunidade.
Também pediu a prefeitura que faça algumas adequações nesses locais, onde a maioria das residências ocupam áreas irregulares, como a limpeza da vegetação no entorno. O secretário disse que as cobranças para uma solução em relação a presença dos animais na área urbana têm aumentado desde a morte do caseiro Jorge Avalo, em Aquidauana.
Não se intimida
“O Estado tem feito monitoramento dessas situações, não apenas em Corumbá e Ladário, mas em outras regiões, através do Gretap ((Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal), e temos mantido a secretaria conectada com as instituições que atuam no Pantanal, além do Ibama e ICMBio”, explicou.
Falcette adiantou que manteve contato com a PMA e foi informado que a onça-pintada que tem sido avistada com maior proximidade na Rodovia Ramon Gomes, ao lado do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e próximo à fronteira com a Bolívia, já se habituou com o espaço.
“Esse animal já não se sente intimidado com a presença humana, da viatura e da luz ou do barulho. Então, estamos aguardando qual será a definição do Ibama e ICMBio, considerando essa situação específica. Estamos aguardando o que será recomendado, a translocação ou outra medida”, frisou.
PMA orienta
Em nota, a PMA informou que durante essas ações, os policiais ambientais também orientam os moradores a não tentarem se aproximar dos animais silvestres e a evitarem que crianças circulem sozinhas por trilhas ou áreas de mata.
“Em caso de novos avistamentos, a recomendação é acionar imediatamente a PMA, permitindo o mapeamento das ocorrências e a adoção das medidas cabíveis”, informa a corporação, relatando que a onça-pintada avistada no posto da PRF se deslocou também para área próxima a residências.
A PMA divulgou uma nota técnica aos moradores das áreas de risco com orientações práticas sobre como proceder em situações de encontro com felinos de grande porte, além de medidas preventivas para minimizar riscos e evitar conflitos.
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