A preocupação com o meio ambiente é tema recorrente entre as falas na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems). Nesta quarta-feira (4), o corumbaense Paulo Duarte (PSB) discursou sobre sua preocupação com o leito do Rio Paraguai e as questões climáticas que afetam toda a região pantaneira.
Segundo o parlamentar, há cerca de seis pontos críticos com sedimentos, abaixo de Corumbá (tramo Sul), que estão impedindo a navegação e que o Ibama não estaria autorizando a intervenção, embora o mesmo procedimento é feito há mais de duas décadas no mesmo rio na região de Cáceres, em Mato Grosso.
“Não se trata de dragagem, se trata de sedimentos levados de forma natural e que o órgão não permite intervenção, ou seja, uma decisão isolada em Brasília, de pessoas que nunca vieram para cá, pode condenar a região inteira ao isolamento, ao ostracismo do ponto de vista econômico”, denunciou o deputado.
Atualmente, ainda segundo Paulo Duarte, a hidrovia escoa a produção, mas o Rio Paraguai e seus 2.700 quilômetros é um modal fundamental, por ser um transporte mais limpo que as rodovias.
“Corumbá tem as melhores qualidades de minério de ferro e parte está sendo escoada pela BR-262, ou seja, aumenta a emissão de gases, que diminuem o volume de chuvas, que, consequentemente, aumentam a temperatura em todo o país, usando um transporte rodoviário mais caro, que mata pessoas e animais, com um tráfego pesado, que não foi planejado para isso. Temos que discutir a sustentabilidade, porque tudo impacta”, ressaltou.
Mudar a história
Para Paulo Duarte, a principal discussão deve ser quanto as mudanças climáticas, pois o Pantanal corre risco de desertificação de áreas que antes eram alagadas e que a redução dos volumes de chuva está preocupante, visto que a pauta deve ser tratada “sem viés partidário, pois a questão ambiental é maior do que qualquer ideologia”.
Da mesma forma, o presidente da Alems, deputado Gerson Claro (PP) ressaltou que é preciso voltar os olhos ao ESG - Ambienal (Environmental), Social e Governança (Governance). “Esse é um conceito moderno, que reúne esses três pilares importantes. Não adianta procurar culpado”, ressaltou.
“Temos que olhar a partir do hoje – completou Claro -, do agora, criar políticas públicas e responsabilidades a partir daí, pois não vamos conseguir mudar a história do que já foi desmatado, mas daqui para frente sabemos que nós precisamos usar nossos rios para o desenvolvimento. Torná-los navegáveis, voltar políticas para as matas ciliares, agir com mais responsabilidade daqui para frente”.
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