quinta, 18 de abril de 2024
LUTO

Morre Haroldo Palo Júnior, o fotógrafo da natureza

27 NOV 2017 - 08h56Por Sílvio Andrade/G1

Nascido em Lins em 1953, o fotógrafo e documentarista Haroldo Palo Júnior morreu em São Carlos, onde morava, aos 64 anos, após sofrer um infarto. Especializado em imagens da natureza (em especial, de pássaros), ele teve seu trabalho reconhecido internacionalmente e chegou a contar com um acervo de mais de 280 mil fotos. 

Palo Júnior tinha um foco especial pelo Pantanal, onde clicou algumas de suas melhores fotos, e era um grande parceiro do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e do Moinho Cultural Sul-Americano, sediados em Corumbá. Tornou-se um dos mais renomados profissionais da imagem do País.

Ele viajou o mundo e registrou, depois de muita insistência e determinação, lugares, histórias e belezas únicas em 35 países. Foi assim com o pavãozinho-do-pará, no Pantanal, após esperar por 11 anos para uma foto da ave ameaçada de extinção em seu ninho. 

Segundo familiares, Haroldo Palo Júnior sofreu um infarto durante a noite, no sábado (25), chegou a ser socorrido pelo Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu), mas não resistiu. Ele deixa a esposa grávida de cinco meses e três filhos. Amigos informaram que ele estava em "um momento muito feliz da sua vida".

Pavãozinho do Pantanal

Trajetória

Nascido em 1953, Haroldo Palo Júnior também era documentarista e vivia em São Carlos há mais de 40 anos. Formado em engenharia eletrônica e computação pela Escola de Engenharia da USP, iniciou na fotografia participando de fotoclubes no interior de São Paulo. A partir de 1979 passou a se dedicar exclusivamente à fotografia de natureza.

O trabalho de Haroldo é utilizado por instituições mundiais de preservação ambiental como WWF, The Nature Conservancy, Conservation International, Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e SOS Mata Atlântica, entre outras.

Com Jacques Cousteau

Ele também chefiou uma das equipes na expedição que Jacques Cousteau realizou no Brasil nos anos 1980, durante expedição à Amazônia, além de participar de oito expedições à Antártida, entre 1984 e 1995.

Homem e o cavalo pantaneiros

Paulo Júnior ainda participou da produção de mais de 60 livros editados no Brasil e no exterior. Nos últimos 15 anos, o fotógrafo produziu dezenas de documentários sobre a natureza.

Um de seus trabalhos de maior destaque foi a produção da parte brasileira do documentário Planeta Terra para a BBC, veiculado no Brasil pelo canal Discovery Channel.

Em 2010, lançou o livro "O Guia de Identificação das Aves do Brasil" obra de autoria do ornitólogo Rolf Grantsau da qual participou como editor. Ele é considerado o mais completo guia de aves já produzido sobre as aves brasileiras.

Em março de 2013, lançou a coleção de cinco livros sobre paisagens-retratos com os seus 600 melhores registros.

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