Cenários de ambientes que inspiram muita paz e magnetismo do Pantanal e Serra da Bodoquena, formados por espaços abertos e estrelados, água e belezas naturais, começam a atrair um novo tipo de turismo em Mato Grosso do Sul: o esotérico. Um grupo de doze pessoas, incluindo dois casais de lamas budistas da Nova Zelândia, visitará estes lugares por uma semana, cuja viagem teve início nesta terça-feira.
A viagem está sendo organizada pela empresária de turismo de Miranda, Fátima Cordella, uma das pioneiras no setor, com o apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Turismo (Fundtur). O turismo esotérico, ou “esoturismo”, está em moda em todo o mundo e movimenta milhões de pessoas. No Estado, existem roteiros em Bonito e empreendimentos de meditação e contemplação em Corquinho, os quais atraem ufólogos e curiosos do misticismo.
“É um novo produto, que está pronto, temos a natureza e lugares completamente zen”, afirma Cordella, entusiasmada com a nova experiência em sua atividade. “O canal está aberto, temos cenários intocados, de beleza ímpar, as águas mais cristalinas com vida animal e vegetal do mundo, via láctea documental. Além de ser um santuário, o Pantanal é o berço de procriação do continente africano e das Américas”, completa.
Polos de boa energia
Segundo a empresária, o esoturismo vai dominar lugares onde a natureza se encontra plena e Mato Grosso do Sul será um desses polos energéticos da Terra de atração de praticantes de todo o mundo, concentrando-se nos dois biomas – Pantanal e Bodoquena. “Apostamos nos ecossistemas, são o novo canal para o mundo, dentro dessa visão cósmica, e já se organiza um seminário em Campo Grande para discutir o tema e envolver comunidades”, diz ela.
O grupo de meditação que visitará o Estado, em sua maioria formada por membros brasileiros da prática do “mindfulness” (atenção plena), oriundo da tradição e ensinamentos budistas, chega a Campo Grande na segunda-feira, dia 31 de julho. Entre os membros internacionais, estão o casal Tarchin Hearn (Francis Hearn) e Mary Jenkins e Jangchub Reid, lamas da Nova Zelândia.
Referências naturais
A partir da experiência com a vinda desse grupo, segundo o diretor-presidente da Fundação de Turismo de MS (Fundtur), Bruno Wendling, o Estado – governo e trade – poderá trabalhar melhor o produto, considerando as demandas desse mercado, que é específico e ainda pouco abrangente. Ele enxerga Mato Grosso do Sul com grande potencial para explorar esse novo nicho de mercado, considerando os recursos naturais disponíveis somados a capacidade operacional e oferta de atrativos.
“Temos potencial para sermos competitivos com destinos já consolidados no turismo esotérico, como o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO), pois ainda temos o diferencial da referência em ecoturismo”, disse Wendling, acrescentando que a presença do grupo estrangeiro no Pantanal e Bodoquena apontará de que forma se poderá trabalhar o novo segmento. “É, sem dúvida, mais uma alternativa de demanda que só vem a acrescentar para o setor turístico”, explica.
Amolar, lugar místico
O roteiro para contemplação e medicação começou nesta terça-feira e segue até o dia 4 de agosto na Pousada São João, na Estrada Parque, em Corumbá, onde o grupo também acompanhará os modos e a rotina do homem pantaneiro. Em seguida, segue para as reservas Novos Dourados e Acurizal, no Pantanal da Serra do Amolar, norte de Corumbá, um dos lugares mais belos e místicos do ecossistema, permanecendo até o dia 6. Ambas situadas às margens do Rio Paraguai.
Os lamas e os brasileiros (de São Paulo) concluem as experiências de esoturismo e ecoturismo nos paraísos ecológicos do Estado visitando o Parque Natural do Rio Betione, no Hotel Cachoeiras, Serra da Bodoquena, de 6 a 8 de agosto. Segundo a empresária Fátima Cordella, os lamas budistas retornarão a Campo Grande em 2018, em data ainda a ser agendada, para participarem de um grande evento para praticar o “mindfulness”.
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