quarta, 13 de novembro de 2024
DEGRADAÇÃO

Filme sobre o pica-pau retrata realidade das aves no Brasil

09 OUT 2017 - 17h24Por Redação

O primeiro desenho animado exibido na TV brasileira (1950), ganha uma versão especial para as telonas. O filme “Pica-pau” traz as travessuras do pássaro para os cinemas com a história de um casal que planeja construir a casa dos sonhos justamente na floresta onde mora o pica-pau mais famoso e teimoso de todos os tempos, que vai defender seu território custe o que custar.

Apesar de ser ficção, o filme retrata bem a realidade das aves e das áreas naturais nativas brasileiras. “A degradação desses ambientes prejudica as aves, pois gera a perda de seu habitat, resultando na diminuição de fontes de alimento e na oferta de locais para a construção de ninhos, por exemplo. Além disso, áreas não conservadas podem permitir a entrada (mesmo que de forma ilegal) de caçadores e pessoas que capturam aves para o comércio ilegal de animais silvestres”, explica Pedro Develey, membro da Rede de Especialistas de Conservação da Natureza.

Apesar de o Brasil ser o segundo país com maior número de espécies de aves, atrás somente da Colômbia, nossas aves não têm a mesma sorte que o representante famoso. Ao contrário do Pica-pau, que consegue lutar por sua casa, estima-se que cerca de 167 espécies de aves (8,6% das 1919 conhecidas no Brasil) são consideradas ameaçadas de extinção, principalmente pela redução de habitat e caça. 

Arquiteto natural

No Brasil existem dezenas de espécies de pica-pau, uma ave de canto e comportamento característicos. Com uma estrutura única na cabeça, esses pássaros conseguem dar cerca de 100 bicadas por minuto no tronco de uma árvore para construir seu ninho. “O pica-pau faz buracos nas árvores para se abrigar e depois deixa esse espaço para que outros animais utilizem o local para ninho ou abrigo”, conta Renato Pinheiro, biólogo e professor da Universidade Federal do Tocantins.

Ele estudou o pica-pau-do-Parnaíba (Celeus obrieni), espécie considerada extinta desde 1926, até ser registrada por pesquisadores em 2006, no Cerrado. O projeto do biólogo contou com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza para estudar a espécie, gerando dados inéditos e inserindo-a na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). 

Saiba também

A Rede de Especialistas de Conservação da Natureza é uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

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