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FRONTEIRA

Festival América do Sul volta a debater geopolítica, cultura e meio ambiente

24 JUN 2017 - 09h00Por Sílvio Andrade

No ano do 40º aniversário de criação de Mato Grosso do Sul, a décima quarta edição do Festival América do Sul Pantanal (Fasp), em Corumbá, retomará seu papel de discussão dos grandes temas da geopolítica da fronteira e, pela primeira vez, o evento promovido pelo Governo do Estado será organizado com recursos financeiros captados via Lei Rouanet – a lei federal de incentivo à cultura.

O anúncio foi feito pelo secretário estadual de Cultura e Cidadania, Athayde Neri, que representa o governador Reinaldo Azambuja nos festejos do Banho de São João, tradicional manifestação cultura da região, que seguem até este domingo, 25. Neri disse que o Estado conseguiu incluir o festival no Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), do Ministério da Cultura, assegurando estimativa de investimentos de R$ 2,4 milhões.

“Esta captação de recursos pela Lei Rouanet nos permitirá realizar um grande festival, retirando um pouco dos ombros do Estado e do Município essa responsabilidade de disponibilizar recursos próprios em tempos de crise, e também pensar em um evento realmente de construção dessa ponte com a América do Sul”, disse o secretário.

Athayde Neri adiantou que está sendo definida a data do Fasp com a prefeitura de Corumbá e a princípio ocorrerá em novembro, como no ano passado. “Vamos preparar um festival diferente, que não será apenas cultura, mas com seminários, como fizemos no Festival de Bonito, para discussão política, das questões dos negros, dos indígenas, LGBT, a economia criativa, sobretudo, os grandes temas envolvendo a nossa fronteira”, acrescentou.

Segundo o secretário, a nova formatação do festival também buscará agregar a cultura pantaneira, considerando que o evento é um grande momento para mostrar ao Brasil e ao mundo o que representa este bioma, sua biodiversidade e sua gente, bem como o valor histórico de Corumbá, que já foi um dos maiores centros comerciais do continente.

O prefeito da cidade, Ruiter Cunha de Oliveira, destacou o apoio do governador Reinaldo Azambuja na manutenção de um festival que já foi incorporado ao calendário cultural o Estado e ganhou dimensões transcontinentais. Ele disse que a prefeitura pretende promover, na sequencia do Fasp, o Festival Pantanal as Águas, também em novembro, cujo evento inclui o campeonato de pesca, seminários sobre o ambiente aquático pantaneiros e shows.

Tombamento

Neri também anunciou na noite desta sexta-feira, durante a realização de uma missa que precedeu a descida do andor oficial do Banho de São João, realizada no Ila (Instituto Luiz de Albuquerque), no centro histórico de Corumbá, que o Conselho Estadual de Cultura aprovou o processo de tombamento imaterial da Igreja Nossa Senhora da Candelária, inaugurada em 1885.

Com o tombamento, além de preservar um monumento religioso da padroeira da cidade e que faz parte de lendas ainda cultivadas pela população local, envolvendo o idealizador da catedral, o padre Frei Mariano, o Estado e Munícipio poderão captar recursos, via fundos de apoio à cultura, para as obras de restauração da estrutura da igreja.

O secretário adiantou que o Estado busca recursos para recuperar a parte elétrica da igreja, bem como a restauração da Casa do Artesão, em Campo Grande, e o prédio do Castelinho, em Ponta Porã. A restauração do prédio da Igreja Nossa Senhora da Candelária também conta com verbas do PAC Cidades Históricas e da Prefeitura de Corumbá.

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