Os meios culturais do Estado não tem mais dúvidas: o Festival América do Sul (FAS) não deverá ser realizado neste ano em Corumbá, por razões (ainda) desconhecidas. Programado para novembro, mês considerado inadequado, o Governo do Estado ao menos lançou os editais para contratação das atrações culturais, que deve ocorrer com absoluta antecedência, sobretudo o agendamento dos shows nacionais e internacionais (se houver).
A Fundação de Cultura comunicou que “brevemente” prestará informações “acerca do festival”. A prefeitura da Capital do Pantanal, no entanto, enviou um memorando à fundação, pedindo informações sobre a tramitação legal para a realização do FAS, e não obteve respostas. A comunidade cultural local já dá como certo o cancelamento do evento e questiona por que o Estado prioriza outros eventos de menor importância.
O cancelamento do festival, criado para discutir a América do Sul – a integração e a sustentabilidade entre os países, por meio de seminários, debates - e celebrar a latinidade, será um grande retrocesso para a cultura sul-mato-grossense e fronteiriça. Iniciado em 2004, o FAS foi um dos maiores festivais de integração latina. Chegou a receber 120 mil expectadores por ano, com mais de 240 atrações artísticas, e a presença de dez países do continente.
Ao longo dos anos, desfigurado e desprestigiado pelo Estado, não foi realizado em 2017. Depois de receber grandes pensadores para discutir a geopolítica latina e artistas internacionais, gradativamente foi se tornando um festival para cumprimento de calendário, sem a grandiosidade e respeito ao que foi proposto: tornar-se referência latino-americana na discussão e interação social, econômica e cultural dos povos.
Resta aguardar o pronunciamento da Fundação de Cultura, o que deve ocorrer pós pleito eleitoral, que será deflagado neste domingo, 6 de outubro. A questão política não deveria, mas interfere no desenlace do evento. O prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes, embora ainda tucano (licenciado), decidiu enfrentar os caciques do PSDB e lançou seu ex-secretário Luiz Antônio Pardal à disputa da prefeitura pelo PP. A sobrevida do FAS (pasmem!) pode depender das urnas...
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