Em um dos seus últimos atos no cargo, o prefeito corumbaense Marcelo Iunes sancionou lei aprovada pela Câmara de Vereadores que reconhece a centenária festa da padroeira do Forte Coimbra, Nossa Senhora do Carmo, como patrimônio cultural imaterial.
A iniciativa garante a perpetuação do evento religioso ameaçado de extinção com restrições impostas pelos militares que comandam o pelotão do forte e, principalmente, pelo êxodo da população civil que mora no distrito, ao lado da fortificação fundada em 1775.
A lei municipal nº 2.958 estabelece que a festa deve ser inscrita no Livro das Celebrações e no Livro dos Lugares, bem como determina o início do processo de elaboração do Plano de Salvaguarda da mesma, como parte do ritual de seu reconhecimento como bem patrimonial do município.
O próximo passo – que dependerá da nova gestão do município, a partir de 1º de janeiro de 2025 – será o tombamento estadual e, finalmente, o federal. Para isso, é necessário um minucioso levantamento histórico e religioso da celebração para justificá-la como manifestação popular agora sob proteção governamental.
Milagres da santa
O projeto de lei foi aprovado na sessão de 2 de dezembro, por unanimidade, da Câmara de Vereadores, “como forma de promover e proteger a festa, reconhecendo seu papel na identidade cultural e continuidade das comunidades”, conforme o presidente do Legislativo, Ubirajara Canhete Filho.
A celebração da festa da padroeira do forte, realizada no dia 16 de julho, transcende sua expressão religiosa, consolidando-se como elemento de identidade e memória coletiva. Preservada por gerações de moradores e romeiros, remonta a tradições seculares e reúne devotos de várias regiões do país.
A fé e devoção de civis e militares origina-se dos relatos de milagres praticados pela santa, no século XIX, quando impediu o massacre de soldados e civis brasileiros presentes na unidade militar por ocasião dos ataques de armadas dos espanhóis (1801) e paraguaios (1864) na disputa por limites fronteiriços.
Para seus seguidores, Nossa Senhora do Carmo - cuja imagem chegou ao forte no final do século XVIII procedente de Portugal -, continua se manifestando por meio de milagres. Durante a festa, civis e militares oferecem oferendas e medalhas em agradecimento a uma graça recebida.
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