Com águas do Miranda, Aquidauana, Negro e Abobral cruzando as dezenas de pontes de madeira da Estrada-Parque (MS-184 e MS-228), a região pantaneira da Nhecolândia é uma boa opção de visitação para contemplação da natureza nestes tempos de pandemia, isolamento e politização da doença e seus fakes news.
A estrada cascalhada de 120 km, interligando-se aos dois extremos da BR-262 (Buraco da Piranha e Lampião Aceso, já chegando a Corumbá), está em perfeitas condições de tráfego para veículos de passeio. O Governo do Estado tem dado manutenção permanente nessa via, que atende a produção bovina e ao turismo.
As águas dos afluentes do Rio Paraguai retomaram a vida aquática e silvestre ao longo da estrada, uma unidade de conservação criada nos anos de 1990 que foi duramente castigada pela seca e queimadas no ano passado. Mas a vida se renova no Pantanal e com as lagoas voltaram os répteis, as aves e mamíferos, como as capivaras.
É um lugar isolado, sossegado, ideal para passeio em família, sem pressa. Com paradas sobre as pontes para observar a fauna e flora, arriscar uma pescaria de piranha e registrar o momento com o celular ou máquina fotográfica.
A estrada é um dos atrativos do Pantanal. Conta com boas estruturas de pousadas, pesqueiros e áreas de camping. Para quem saiu de Campo Grande, ao chegar ao Buraco da Piranha, são 10 km pela MS-184 até a comunidade do Passo do Lontra, onde passa o piscoso Rio Miranda.
Nesta localidade, o visitante encontra um leque de opções para seu entretenimento e contemplação da natureza. Hotéis construídos sobre palafitas na beira do Miranda oferecem pacotes de pesca e também de passeios ecológicos, pelo rio ou pela estrada.
Contemplar a natureza
Na beira do rio, ao lado da ponte de concreto, também funciona uma área de camping. Na comunidade de pescadores e guias de turismo que habita a beira do rio, é possível alugar um barco de alumínio e saborear uma comida caseira em um dos barracos.
Até o Rio Paraguai, são 60 km da estrada. No caminho, opera uma dezena de pousadas, com boas acomodações e uma série de atividades que levam o visitante ao contato direto com a natureza, seja nos safaris fotográficos, passeios de barco e canoa.
Devido à pandemia do coronavírus, o trade opera com restrições. A Pousada São João (30 km do Buraco da Piranha), por exemplo, abriu para atender pequenos grupos, de preferência familiares. O proprietário, seu João Venturini, pioneiro em turismo na região, é um senhor muito rigoroso com seu negócio.
“Estamos operando devagar, não queremos aglomeração, esperando o que vai acontecer depois da vacinação. Até lá, estamos recebendo famílias ou pequenos grupos de estrangeiros que residem no Brasil”, avisa ele.
Outras pousadas também tradicionais estão operando, como a Xaráes, localizada logo após a São João. Ao chegar ao Rio Paraguai, a travessia de balsa (tarifa de R$ 50,00 para carros pequenos) leva o turista a comunidade do Porto da Manga.
O vilarejo é um distrito de Corumbá habitado por pescadores e catadores de iscas. Conta com um hotel e vários pesqueiros margeando o rio. Lugar ideal para uma boa pescaria. Além de acomodações simples, mas confortáveis, aluga-se botes com piloteiros. O preço é combinado na hora.
Da Manga a Corumbá, pela MS-228, são mais 60 km até a BR-262 (Lampião Aceso), mas não é uma região atrativa e com estrutura hoteleira. Vale a pena seguir adiante para contemplar o ambiente nas extensas pontes de madeira sobre vazantes, onde se pesca piranha e, na sorte, observa-se ariranhas ou uma sucuri.
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