terça, 10 de setembro de 2024
PROPOSTA

Corredor de proteção ambiental liga o Pantanal à Chiquitana

02 JUL 2017 - 08h10Por Redação

Foi apresentada pelo fundador do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e coronel reformado Ângelo Rabelo, no instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), a proposta de um grande corredor na região do Pantanal que pode assegurar a proteção da fauna e da flora pantaneiras.

O projeto, debatido durante o II Seminário Corredores Ecológicos e Conectividade da Paisagem, foi desenvolvido pelo IHP com o apoio da secretaria de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente. Pretende conectar o Pantanal brasileiro, que se estende pelos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, com a floresta Chiquitana, área de manejo integrada de 2,8 milhões de hectares, situada na região de San Matias, Bolívia.

“A ideia é integrar os dois países e assegurar a proteção de espécies ameaçadas, como a onça-pintada. Procura também, a exemplo da Rede de Proteção do Amolar, envolver fazendas privadas que tenham compromisso com boas práticas de conservação”, explicou Rabelo.

O projeto vai ao encontro dos objetivos da secretaria de Biodiversidade do MMA, que busca proposta para apresentar ao Global Environmental Fund (GEF 7), visando apoiar iniciativas que construam a conectividade.

Este é o grande desafio da conservação mundial neste momento do planeta, especialmente pela perda de biodiversidade do planeta, que, lamentavelmente, segue ocorrendo.

Ângelo Rabelo (à esquerda) fala durante o seminário

Segundo Rabelo, o desafio agora é agregar parcerias que possam ajudar na implementação deste corredor. “Acreditamos que as fazendas que fizerem parte de corredores ecológicos  estratégicos para os diferentes biomas do País, terão mais valor e poderão usufruir de oportunidades com o pagamento de serviços ambientais“, pontuou.

Corredor do Amolar

Uma das iniciativas mais relevantes para a proteção do Pantanal, nos últimos anos, foi a criação da Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar (RPCSA), em Corumbá (MS), fruto de uma parceria dos três setores da sociedade para atuar de forma integrada na proteção e conservação da região, considera de alto potencial em biodiversidade.

No total, são 276 mil hectares de área, sendo 209 mil hectares legalmente constituídos junto aos órgãos competentes. A iniciativa da RPCSA, por meio do Instituto Homem Pantaneiro, garante a manutenção de um importante corredor ecológico e, ainda, amplia a área de proteção em torno do Parque Nacional do Pantanal, situado em Poconé (MT).

Apoiam a rede o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fazenda Santa Teresa, Polícia Militar Ambiental (PMA) e Acaia Pantanal.

Com a otimização de recursos financeiros, técnicos e logísticos, a rede busca: identificar e implementar ações que contribuam diretamente para efetivar a proteção das áreas; assegurar a presença do Estado na região em ações possíveis por meio da parceria público-privada; promover a integração harmônica entre conservação e desenvolvimento humano e garantir a proteção e o conhecimento da biodiversidade por meio de estudos científicos.
É assim que as organizações pretendem atingir resultados expressivos com mais eficiência e eficácia, agindo juntamente com o poder público e com a população local residente na região.

Região ímpar na planície pantaneira, a Serra do Amolar integra hoje um corredor ecológico de quase 300 mil hectares. Na foto, a RPPN Eliézer Batista

Além de parceiro membro, o IHP atua como gestor da RPCSA e como articulador político-institucional junto aos poderes municipal, estadual e federal.

Em 2015, o território da RPCSA era formado pelo Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense; as RPPN’s Dorochê, Rumo ao Oeste, Acurizal, Penha e Engenheiro Eliezer Batistas; as Fazendas São Gonçalo, Santa Rosa, Vale do Paraíso, Morro Alegre, Santa Tereza e Jatobazinho e também o Sitio Serra Negra.

Seminário

O II Seminário Corredores Ecológicos e Conectividade da Paisagem, organizado pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, juntamente com a secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, surgiu de uma plataforma de dialogo sobre o tema, durante o primeiro Seminário Corredores Ecológicos da América Latina, em 26 de maio.

Nesse período o Ministério de Meio Ambiente ampliou o interesse já estabelecido pelo governo brasileiro há muitos anos, discutindo e preparando as bases para um Programa Conectividade da Paisagem – Corredores Ecológicos.

Os palestrantes convidados abordaram a questão da conectividade nos ecossistemas marítimos e continentais, assim como os temas correlacionados como clima, água, florestas e as questões sociais e culturais.

O Objetivo do evento foi promover a discussão sobre as políticas públicas e as oportunidades de pesquisa relacionadas ao tema, fazendo uma reflexão sobre o papel da academia da difusão do conhecimento científico no desenvolvimento socioeconômico na América Latina e no Brasil.

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