terça, 16 de abril de 2024
FIGUEIRAS

CAMPO GRANDE CELEBRA CENTENÁRIO DAS SUAS ÁRVORES HISTÓRICAS

16 AGO 2021 - 19h30Por REDAÇÃO

Imponentes e marcantes, as figueiras (fícus microcarpa) localizadas no canteiro central da Avenida Afonso Pena acompanham a história e desenvolvimento de Campo Grande, que faz aniversário de emancipação política no dia 26 de agosto.

Plantadas entre os anos de 1921 e 1923 pelo intendente Arlindo de Andrade Gomes, são parte da história e também do futuro da Capital, que hoje é reconhecida mundialmente como uma “Tree City of the World”.

E para celebrar o centenário desses grandiosos exemplares, a prefeitura, por meio da secretaria de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), realizou ato no canteiro da avenida. Vinte e três árvores da espécie são monitoradas e recebem os tratos culturais mais indicados para a preservação.

O prefeito Marquinhos Trad, ciente da importância em preservar a arborização presente no meio urbano, destaca a parceira necessária com a população.

Campo Grande e sua avenida, em 1921

“A administração municipal oportuniza os serviços, no entanto, precisamos do engajamento social para mantermos nossas florestas urbanas e melhorarmos cada dia mais. As figueiras da área central nos fazem refletir sobre o quanto Campo Grande é especial pelas árvores que possui e o quão nossa cidade merece o título de Cidade Árvore do Mundo, fazendo parte da rede “Tree Cities of the World”, e nada disso seria possível sem o apoio da população”, disse.

Símbolos da cidade

Para o secretário municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana, Luis Eduardo Costa, a população campo-grandense tem um olhar especial em relação à arborização e, em destaque, às figueiras da região central.

“Hoje nós temos a oportunidade de reviver um pouco da história de Campo Grande e a história é o resultado da nossa cultura. E essas Figueiras são também a nossa história por conta de uma série de situações, desde o plantio, os cuidados e a importância delas até hoje para a nossa qualidade de vida. São árvores símbolo, nossas anciãs que devem receber todo o cuidado e carinho necessários. Todos devem compreender a importância da arborização urbana, fundamental para a qualidade de vida, para questões climáticas e até mesmo de drenagem, trazendo inúmeros benefícios. Essas figueiras já são consolidadas em nossa paisagem, são memória arbórea e cultural de Campo Grande”, comenta.

Estiveram presentes durante o evento os ex-vereadores engenheiro civil Fausto Matto Grosso e arquiteto Celso Costa. Fausto lembrou do pioneirismo do plantio: “este ato significa o esforço para a preservação das nossas árvores da Afonso Pena, uma ação tão importante quanto a do intendente e visionário de cem anos atrás que plantou e deixou esse legado”, frisou.

Manejo das Figueiras

A superintendente de fiscalização e gestão ambiental da Semadur, bióloga Gisseli Giraldelli, pontuou a íntima relação dos seres humanos com a natureza, em especial com a arborização: “Trabalhamos para sensibilizar quanto à importância das árvores na vida de todos. Necessitamos cuidar das nossas florestas urbanas porque nós precisamos muito mais das árvores do que as árvores precisam de nós. Temos o costume de enxergar o meio ambiente como algo que é alheio à nossa vida e na verdade não é. Todos estamos integrados pela questão do bem-estar coletivo. A árvore é o elemento natural, dentro da área urbana, que mais nos aproxima da condição natural que a gente precisa estar. Prestam serviços ambientais de extrema relevância, por isso é necessário sensibilizar as pessoas a apoiarem, a tratarem do assunto como algo fundamental para cidade”.

Desta forma, como parte das ações de manejo da arborização urbana de Campo Grande, serão realizadas novas avaliações, diagnósticos e, então o tratamento fitossanitário indicado para cada Figueira objetivando prolongar a permanência e melhores condições de vida, tendo em vista o importante papel que desempenham na arborização de Campo Grande.

Com o tomógrafo adquirido pela Semadur, que oferece melhor precisão no diagnóstico individual, é possível avaliar as condições de resistência do lenho destas árvores, como uma medida auxiliar na análise de riscos, bem como na tomada de decisões pela gestão municipal. Também será realizada a aplicação do óleo de neem, um bioprotetor natural utilizado no combate de pragas e fungos, proporcionando tratamento e maior longevidade às figueiras.

Intendente botânico

O intendente Arlindo de Andrade Gomes teve sua vida ligada à botânica e, porque não dizer, ao paisagismo de Campo Grande. Ao adquirir uma chácara às margens do Córrego Segredo, no lugar onde hoje está o Hospital do Câncer, iniciou o plantio de mudas de frutas, flores e diversas plantas vindas de São Paulo e até de Recife.

A sua chácara era o Parque da Cidade, tal a quantidade de mudas existentes, inclusive para venda a todos os que quisessem. Suas mudas foram plantadas na cidade, nas praças, calçadas e no interior dos terrenos urbanos, dando nova vida à aridez urbana de Campo Grande.

Vendo a cidade crescer, o intendente vislumbra o futuro da cidade e então aprova o Código de Posturas, em abril de 1921. E uma das normas mais importantes estava relacionada com à arborização da cidade: obrigava o plantio de árvores no terreno e criava condições tributárias para a sua manutenção.

Para dar o exemplo, o intendente Arlindo de Andrade planta as árvores do canteiro central da Avenida Afonso Pena, as quais ele mesmo regava, toda tarde, ao sair do expediente.

Leia Também

Relatos de viagem

A decoada, o armau e história de pescador no Pantanal do Nabileque

Mais Relatos de Viagem

Megafone

Todo equívoco humano é satirizável. Enquanto houver ser humano com suas carências, inseguranças e dúvidas, haverá sátira

Ziraldo (1932-2024)

Vídeos

Bonito, um convite à sustentabilidade

Mais Vídeos

Eco Debate

ARMANDO ARRUDA LACERDA

25 anos de concessão, aceitar escombros como devolução?

NELSON ARAÚJO FILHO

Uma história de areias

HEITOR RODRIGUES FREIRE

Feliz Ano Novo