Após o desenlace de embaraços jurídicos na exploração do atrativo - a União, finalmente, cedeu o bem da União ao município , com a anuência também do Governo do Estado -, Bonito reabre no ia 18 de março a visitação pública a Gruta do Lago Azul, fechada a exatamente um ano devido a pandemia do coronavírus.
A secretaria municipal de Turismo, Indústria e Comércio definiu um cronograma de reabertura de um dos principais atrativos do destino e do Brasil. Em comunicado às agências de turismo, a secretaria Juliane Ferreira Salvadori comunicou algumas regras e o novo tarifário de visitação, com validade até 15 de dezembro deste ano: R$ 130,00, em alta temporada (fim de ano e feriados), e R$ 90,00, em baixa temporada.
O período de alta temporada compreende: abril, de 2 a 4 (Semana Santa); julho, de 9 a 31 (férias escolares); setembro , de 4 a 7 (feriado da Independência); outubro, de 9 a 12 (feriado criação do Estado de MS e Nossa Senhora Aparecida); outubro/novembro, de 30/10 a 2/11 (Finados); novembro, de 13 a 15 (feriado Proclamação da República): e dezembro, de 20 a 31 (Natal e fim de ano).
Nesse período de contaminação pelo Covid-19 e em acordo aos protocolos de biossegurança que garantiram o retorno da atividade turística em Bonito, no meio do ano passado, a visitação diária será restrita a uma capacidade de carga de 72 pessoas por dia, distribuídas em grupos de nove pessoas mais o guia de turismo, das 7h às 14h.
A gruta terá visitação especial, antes da abertura ao público, para os profissionais da saúde (dia 14), operadores de turismo (16) e profissionais de imprensa (17). No dia 15, às 11h, haverá uma cerimônia marcando a reabertura do atrativo. No dia 12, a prefeitura abre o sistema de reservas (voucher), que vai operar permanentemente pelos próximos 180 dias.
Passeio e curiosidades
Localizado a 21 km do centro de Bonito, com acesso pela rodovia MS-382 agora pavimentada, a visita contemplativa à Gruta do Lago Azul é um passeio por dentro de uma caverna, que é uma das maiores cavidades inundadas do planeta. O atrativo conta com banheiros, bar e pequena área de descanso.
Um dos cartões postais de Bonito, a gruta integra o circuito de turismo ecológico do município. Ela é constituída por um salão principal com piso inclinado e um lago subterrâneo ao fundo com mais de 50 metros de extensão.
Sua entrada circular de aproximadamente 40 metros de diâmetro permite a entrada dos raios solares até o lago. Com a incidência de luz, entre os meses de setembro a fevereiro, as águas atingem uma coloração azul intensa, motivo do nome da gruta.
O passeio começa com uma trilha de 200m até a entrada da cavidade onde o caminho é lapidado em rocha, obrigatoriamente com orientação de um guia de turismo. Ao descer na gruta, encontra-se uma escadaria íngreme de 300 degraus aproximadamente que equivale a 150m de altura até o lago de águas azuis. Durante a descida, o guia faz algumas paradas para que o visitante possa tirar fotos e descansar.
Durante o passeio, é possível contemplar as rochas, formações geológicas, os espeleotemas de várias formas e tamanhos de milhares de anos. Ao final da descida, o visitante permanece por aproximadamente 10 minutos para contemplar as águas de azul turquesa. O retorno é feito pelo mesmo percurso.
Em mergulhos na Gruta do Lago Azul, foi descoberto inúmeros fósseis de animais extintos, como a Preguiça Gigante, Tigre Dente-de-Sabre, Mastodontes e outras espécies.
Assim, parte da evolução de nossa história vem sendo estudada por alguns paleontólogos que ainda buscam respostas na gruta. Existe também um projeto paralelo, que estuda um crustáceo pré-histórico que vive em suas águas, tão antigo quanto os próprios dinossauros: trata-se de um camarão de água doce denominado Potiicoara Brasiliensis, catalogado em 2002.
Gestão com respaldo jurídico
A cessão onerosa da Gruta do Lago Azul pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU) ao município ocorreu em janeiro, por meio da portaria nº 496/2021, que também regulamenta as atividades de visitação e contemplação que já acontecem no local. A gruta lidera em número de visitas a atrativos similares.
“Como a gruta é um dos principais atrativos turísticos de Bonito, essa cessão onerosa dá respaldo jurídico e organiza ainda mais a atividade no nosso município”, disse a secretária de Turismo, Indústria e Comércio de Bonito, Juliane Ferreira Salvadori. Segundo ela, desde 2014 o município está em discussão com a SPU para regularizar a gestão da gruta.
A Constituição de 1988 determina que as cavidades naturais subterrâneas e sítios arqueológicos e pré-históricos são bens da União. De acordo com portaria, o prazo de cessão é de 20 anos. Foi estabelecido valor mínimo de retribuição anual de R$ 33.995,88 a ser pago pela prefeitura de Bonito, pelo uso privativo e exploração econômica da área.
Também está previsto o repasse de 20% do valor arrecadado por mês com a venda de ingressos pela visitação ao monumento natural.
Em fevereiro, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) autorizou o uso da trilha de acesso à gruta no perímetro da unidade de conservação estadual.
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