sábado, 20 de abril de 2024
PANTANAL

Câmeras registram a presença do gato-mourisco no Amolar

12 FEV 2019 - 16h56Por SILVIO ANDRADE

O monitoramento da vida selvagem na Serra do Amolar, um complexo formado por morraria e riqueza hídrica e vegetal localizado no Pantanal de Corumbá (MS), permite aos pesquisadores e organismos de apoio à conservação da natureza uma riqueza de informações que norteiam os estudos da fauna da região.

Esse trabalho é realizado já há alguns anos nas reservas (RPPNs) Engenheiro Eliezer Batista e Acurizal, que tem a gestão do Instituto Homem Pantaneiro (IHP). As duas unidades de conservação integram uma rede de proteção da Serra do Amolar, que se distribui por mais de 300 mil hectares.

O monitoramento ambiental é conjunto de atividade de longo prazo que permite avaliar as respostas de populações ou ecossistemas às práticas de conservação e aos impactos de fatores externos e o Amolar é considerado um santuário para milhares de espécies de fauna e flora pantaneiras.

“Esse projeto tem como objetivo geral obter informações cruciais e inéditas sobre a ecologia dessas espécies de felinos, o que contribuirá para um melhor conhecimento de suas necessidades de conservação”, explicou o relações institucionais do IHP, Ângelo Rabelo

Técnicos do IHP instalam uma armadilha fotográfica

Gato mourisco

Esse trabalho é feito por meio de armadilhas fotográficas, com instalação de câmeras-trap em pontos estratégicos de passagem de animais. Além de subsidiar os estudos, os registros, na maioria das vezes, surpreendem os pesquisadores. Seja pela imagem inusitada de uma espécie rara, como o passeio de um gato-mourisco, captada no início desse ano, ou de uma majestosa onça-pintada.

O registro do gato-mourisco (Puma yagouaroundi) ocorreu entre janeiro e fevereiro. Pelo seu comportamento, as grandes reservas são provavelmente a única opção para sustentar populações viáveis a longo prazo da espécie.

Pertence à ordem carnívora e à família felídea, mede de 48 a 83cm de comprimento e sua cauda mede de 27 a 59cm, pesando de 3,7 a 6Kg, com machos maiores que fêmeas. Coloração varia do preto, marrom para o cinza, areia e marrom avermelhado, tem pernas pequenas e uma aparência quase mustelídea, sendo muitas vezes confundido com a irara. 

Onça-pintada flagrada pelas câmeras na Serra do Amolar: presença forte da espécie na região

É listado pela União Internacional para a Conservação da Natureza desde 2002. Na Serra do Amolar, os gatos mourisco transitam livremente entre as RPPN que pertencem a Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar.

Onça-pintada

Nos últimos anos, quatro espécies de felinos foram identificadas na RPPN Engenheiro Eliezer Batista, situada às margens do Rio Paraguai. O local, no final do século XIX, foi base militar durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), e também habitat de tribos indígenas extintas há mais de 300 anos.

As espécies registradas são a onça-pintada (Panthera onca), onça-parda (Puma concolor), jaguatirica (Leopardus pardalis) e o gato mourisco (Puma yagouaroundi). Pouco se sabe a respeito da ecologia desses animais, seja em nível de interações entre elas, com o meio, com suas principais presas ou mesmo como ocupam o habitat.

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