BIOPARQUE

Água escura garante adaptação de espécies amazônicas

13 MAI 2022 • Por REDAÇÃO • 07h07
O igarapé amazônico não tem água cristalina e representa o habitat natural dos peixes - Fotos: Bruno Rezende

Um fato curioso e que chama a atenção de visitantes é a coloração mais escura do tanque que representa os igarapés amazônicos no Bioparque Pantanal, complexo construído pelo Governo do Estado no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande. Diferente dos demais, que possuem água cristalina, este precisa ter a água mais escura para o bem-estar e melhor adaptação dos animais.

Conforme explica a bióloga do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e que atua no bioparque, Carla Kovalski as espécies que compõem o tanque vieram de uma região onde a água tem cor de chá.

“O ambiente natural, o ecossistema que elas vivem na bacia amazônica, tem essa coloração mais escura mesmo, é uma característica do lugar”, explica.

Buóloga Carla Kovalski: "Espécies que compõe o tanque vieram de uma região onde a água tem a cor de chá"

Ambiente natural

Apesar dos visitantes esperarem um tanque com água cristalina, Carla ressalta que o mais importante é pensar na qualidade de vida dos peixes. 

“Eu entendo que em um aquário público, durante as visitações, muitas vezes a gente acha que a água tem que estar transparente, mas do ponto de vista do bem-estar animal, especialmente desses peixes que tem essas particularidades, nós atendermos as necessidades específicas deles”, acrescenta.


Contendo 12 espécies, o espaço que representa uma transição entre igarapé (riachos) e uma mata de igapó (floresta inundada) é composto de plantas e troncos de árvores. A bióloga esclarece que esses compostos liberam uma substância química chamada tanino, responsável por deixar a água com a cor amarelada. 

“Nosso objetivo - conclui - é deixar o espaço o mais próximo possível do habitat natural. A coloração da água mais escura tem um impacto positivo na vida deles e o bem-estar dos peixes vem em primeiro lugar”.