quinta, 17 de julho de 2025
ARTIGO

Examinando emanações entéricas sólidas felinas no Pantanal 

27 MAR 2025 - 19h04Por ARMANDO ARRUDA LACERDA

Sempre atenta, a mídia nos dá conta que na Fazenda Yporanga, em Poconé, gente pantaneira séria que entende do riscado, está examinando pioneiramente possíveis patógenos veiculados por onças, a partir de suas emanações entéricas sólidas ou exame das fezes.

Gente pantaneira é valente, confia tanto na sua integridade pessoal e na ética que norteia seu conceito pantaneiro de vida absorvido desde o leite materno, que se consideram blindados contra a velha tática russa que segundo a BBC: "Trata-se da prática de aproximar-se para acumular informações sobre uma pessoa que podem ser utilizadas depois para fazer pressão e chantagem sobre ela."

Essa tática de kompromat só pode ser bem sucedida quando conseguem penetrar na intimidade para acumular informações, e foi usada com sucesso no MS para apropriarem-se, quando entenderam chegado o momento, de toda a extensão de valiosa propriedade familiar tradicional na região do Rio Negro.  

Num primeiro momento eles se aproximam com lisonjas variadas já que necessitam mapear essa parte humana detentora do capital cultural empírico dos verdadeiros manejadores e conservadores, guardiões voluntários da facilmente mensurável e incrivelmente bem sucedida sustentabilidade do Pantanal.

Esse momento estará adiado enquanto espoliadores e expropriadores encontrarem-se entretidos no vasto  lobby político para mudar a prioridade de Governo planejada no início de 2024, ainda  sob a pressão de minorar incêndios devastadores , que visava retornar a população tradicional expulsas das áreas das RPPNs e Parques, transformando-as  em RDSs, Reservas de Desenvolvimento Sustentável visando  finalmente tentarem mimizar, através do manejo dos pantaneiros legítimos , o pouco que resta das matas de galeria dos rios Paraguai e Rio São Lourenço.

A estratégia dos "amigos da onça das onças" está focada em convencer os dirigentes políticos e judiciais a aceitarem sua agenda de justificar o aumento da dose de veneno, visando turbinar o ganancioso modelo importado de reservas para todo o Pantanal do Mato Grosso, com a incendiária "proteção" alcançando um mega PARNA, desde as fronteiras bolivianas e EETaiamã, passando o Porto Joffre e emendando com Encontro das Águas, das Araras e SescPantanal.

Voltemos ao estudo das fezes de Tchás Onças, seria importante espalhar este exemplo da pantaneira Fazenda Ypiranga para todos os locais  que utilizam esses felinos  para atrair visitantes pagantes ao Pantanal...

Em todos os locais  do MT e do MS dedicados a esta "observação da natureza selvagem intocada", seria obrigatório que em cada  grupo  estivesse  alguém munido de algum tipo de  coletor de fezes, e que os fotógrafos profissionais  mitigariam seu molestador big brother 24 horas, ao também  encaminhar esse mesmo material colhido  para qualquer laboratório que faça exame antitóxico, principalmente das estáticas e felizes  onças sedentas ou famintas, exploradas diariamente como atrativos, como se estivessem em uma vitrine de Amsterdam ou "protegidas" por rufiões, numa esquina qualquer. 

É necessário comprovar que não estão sendo forrageadas artificialmente como expressamente proibido na legislação, faz-se necessário verificar nesse exame do conteúdo fecal, confirmando também se não está ocorrendo disponibilização conjunta com os variadíssimos produtos do arsenal químico disponível de modificadores de comportamento.

Dizem que esse modelo foi primeiramente divulgado por consultor estrangeiro especialista que introduziu essa africanização, sendo responsável também por iniciar o diabólico estratagema de humanizar bichos, ao batizar com fofos nomes todos os animais expostos diariamente, transformando-os em pets com suas fotos e vídeos como itens colecionáveis...

Conservação exige gente, seres humanos num contexto de respeito e interação com a biodiversidade de flora e fauna, critérios éticos para os possíveis serviços e atividades econômicas não culminarem em degradante exploração, obtendo ao final, a manutenção da virtuosa cultura local, que propiciou a conservação histórica da biodiversidade no ecossistema pantaneiro.

Boi bombeiro não é o Minotauro, onças não são figuras icônicas pop como Marilyn Monroe, e "Produtor de Natureza" é só mais um sofisma mentiroso, calculada sabotagem pseudo semântico filosófica para iludir incautos doadores urbanos.

O Pantanal expõe, mas não impõe! Conservação da natureza é esta outra coisa, por envolver interação com humanos e sua sobrevivência econômica, em contextos eticamente solidários e resilientes, por sua profunda integração especializada com os pulsos da natureza deste bioma. 

(*) Pantaneiro do Porto São Pedro, Amolar, Corumbá MS

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