Há uma discussão interessante sobre o que nós somos. Acredito que o caminho para se encontrar essa resposta é pelo autoconhecimento, a conquista mais elevada e verdadeira a que pode aspirar o ser humano. É por meio dele que se dá o entendimento e a oportunidade da clareza de ações.
Há uma frase que diz "quem se ofende é sempre a personalidade, e nunca a individualidade". Ou seja, a personalidade está mais para os conceitos junguianos de "ego" e "persona", enquanto a individualidade aproxima-se do "self", mais ligada ao espírito absoluto, mais sutil.
Tudo o que dizem de mim – nacionalidade, profissão, temperamento, títulos, currículo, formação, estado civil, endereço, nome, aparência, predicados – é aquilo que EU ESTOU. Tem muito de mim, mas não é necessária e eternamente o meu Eu. Aquele que EU SOU, mais do que estou, é algo que tento descobrir e integrar. Conhecê-lo é uma das formas de me tornar um indivíduo, ou seja, sem integrá-lo não passo de metades incompletas, angustiadas e neuróticas. Individuar – tornar-se pessoa, deixar de confundir a personalidade com a individualidade – é um objetivo a ser buscado. Nessa busca, a consciência é a palavra chave no processo de crescimento.
As pessoas têm a tendência a valorizar o que sabem. Mas, será que sabem mesmo? Ou pensam que sabem?
Essa busca nos mostra o verdadeiro caminho: no interior de nós mesmos, e que nos dará um norte para o nosso aprimoramento constante. É mais uma confirmação de que o caminho é interior, dentro de nós, e não fora. É dentro que iremos encontrar o verdadeiro significado da evolução. Através da meditação e da prática constante.
Então, que nossos pensamentos e sentimentos sejam sempre luminosos!
Nós estamos aqui por um motivo. Cada dia é uma bênção e uma fonte de eterno recomeço.
Como sabemos, o ser humano é dotado de livre-arbítrio. Assim podemos fazer livremente as escolhas em nossa vida. O que se observa, no entanto, é que as escolhas, muitas vezes, não são orientadas pelo bom senso, o que nos leva a amargar as consequências de nossas atitudes. Tudo por causa da mania do ego em procurar padrões em tudo.
Um mundo bom necessita de conhecimento, bondade e coragem; não precisa de nenhum anseio saudoso pelo passado, nem do encarceramento das inteligências livres por meio de palavras proferidas há muito tempo por homens ignorantes. Necessita de esperança para o futuro e não de passar o tempo todo voltado para trás, para um passado morto, que, assim o confiamos, será ultrapassado de muito pelo futuro que a nossa inteligência pode criar.
Assim, com os olhos voltados para o futuro vamos dar continuidade à nossa encarnação buscando sempre um azimute de confiança, de fé, de fidelidade, de realização, lembrando sempre que repetibilidade é o teste de veracidade científica.
Uma parte de nós sabe e compreende o mistério. Sim, aquela parte que habita em nossos corações. Aquela que é a verdadeira essência. Ou seja, a nossa consciência!
Esse é o caminho e a fonte.
“O que você sabe não tem nenhum valor; o que tem valor é o que você faz com o que você sabe”. (Princípio da filosofia Kung Fu).
(*) Corretor de imóveis e advogado.
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