Dia de São Jorge, foice e da enxada

Limpar um trecho fechado de plantas invasoras sobre o leito de rodagem, sem dúvida, atingiria o propósito que tanto propagam, poupar vidas...

Somente com tal providência prática evitaria atropelamentos e tantas mortes acidentais: visibilidade mútua!

No campo ou na cidade, bicho ou gente, se ambos se veem, a possibilidade de ocorrer um sinistro é inversamente proporcional à distância com que o choque poderia ocorrer.

Só a limpeza da flora invasora e até de algumas locais aumenta a chance de sobrevivência, como alguns proprietários lindeiros já o fazem, faixa de domínio deve ser minunciosamente faxinada, nunca virar um exótico corredor de fauna ou de incêndios, imaginar isso como benéfico é mortífera estupidez...

Bom, sempre será mais fácil e prazeroso combater uma soja que não existe na Planície, do que pegar uma ferramenta manual e arrancar os milhões de pés de plantas invasoras, que sem combate, dominarão a estrada totalmente.

Suja como está, poderia, talvez, se pensar em proibir o trânsito de veículos noturnamente, ou fazê-lo em comboios, nessa "guerra" entre animais e veículos, os faróis atraem e matam uma miríade de insetos, cujo acumulo leva seu feromônio a atrair enorme fauna, que tenta se deliciar com tal fartura de forragem, alcançando muitos o mesmo mortal destino.

Uma estrada, sombreada por vegetação, como uma alameda, só seria possível, se a velocidade para aproveitar tal bem estar fosse abaixo dos 50 quilômetros por hora; a 100 por hora é quase uma roleta russa...

O Pantanal paga um preço alto por sua conservação e ocupação econômica sustentável multicentenária, todos que o conhecem se enamoram dele à primeira vista, e, logo, assanham-se para meter sua colher e protegê-lo, de ordinário com campanhas objetivando alguma nova lei, que quanto mais proibitiva, estapafúrdia, perniciosa e ineficaz, mais insistirão que faltou foi endurecimento.

O Pantanal expõe, não impõe

(*) Pantaneiro, Porto São Pedro, Corumbá (MS)

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